Em SP, Paralamas comemora 30 anos de carreira: "não imaginávamos"
Em
turnê comemorativa aos 30 anos de carreira, o Paralamas do Sucesso
tocou na capital paulista no sábado (20), no Espaço das Américas, que
foi ocupado por fãs dançantes e animados. A apresentação, que começou
com meia hora de atraso porque o público ainda fazia filas para entrar
no local, teve 1h50 de duração e contou com declaração de Herbert Vianna
aos paulistanos. “Não imaginávamos que viríamos o brilho nesses olhares
fervorosos depois de 30 anos. Talvez daqui 30 a gente consiga repetir”,
disse o vocalista da banda formada no final dos anos 1970, no Rio de
Janeiro.
“Uh! É Paralamas!”, gritavam os fãs ensandecidos para
receber Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, acompanhados dos músicos de
apoio Monteiro Jr. (saxofone), Bidu Cordeiro (trombone) e João Fera
(teclado). Às 22h30 e sem falar com o público que lotava a casa, a banda
começou com Alagados, faixa do álbum Selvagem?, de 1983.
Com imagens e vídeos da carreira projetados no telão, o
trio embalou vários hits que marcaram a trajetória da banda, em versões
mais compactas e emendadas. “Muito boa noite, rapaziada”, disse Vianna
em seu primeiro contato com o público, para na sequência puxar com sua
guitarra a canção Patrulha Noturna, do disco de estreia do Paralamas, Cinema Mudo, de 1983.
Ska, de O Passo do Lui (1984), veio em
seguida, com imagens tropicais projetadas no telão, completando a forte
presença dos metais na faixa – o sax de Monteiro Jr. e o trombone de
Bidu Cordeiro, aliás, não deixaram passar despercebido o flerte do
Paralamas com o ska.
Depois de Selvagem, veio uma surpresa: a versão do trio para Whole Lotta Love, canção do Led Zeppelin que o Paralamas costumava apresentar no início da carreira. O Calibre, Mensagem de Amor e Cuide Bem do Seu Amor vieram na sequência, com os fãs cantando em coro.
Repleta de hits, a banda optou por tocar versões
compactas das canções, talvez como forma de não deixar o público carente
no final da apresentação. Nesse ritmo, foram emendadas Saber Amar, Romance Ideal e Quase um Segundo, além de Como Uma Onda, sucesso de Lulu Santos nos anos 1980.
Apesar de animado durante todo o show, o público não poupou nos gritos e pulos com Meu Erro e Óculos, ambas do disco O Passo do Lui.
A última, aliás, contou com um improviso de Vianna, que substituiu o
trecho “Por trás dessa lente também bate um coração” por “Em cima dessas
rodas também bate um coração”, arrancando aplausos dos fãs – Vianna
sofreu um acidente de ultraleve em 2001 que o deixou paraplégico.
Para a intimista Lanterna dos Afagados, o palco ficou escuro e inspirou vários casais a dançarem abraçados. Na Pista e Meu Sonho vieram em seguida, mas Ela Disse Adeus, do álbum Hey Na Na (1998), levantou o público de novo. A versão para Você, de Tim Maia, manteve ainda os fãs empolgados.
Parceria entre o Paralamas e Gilberto Gil na década de 1980, a faixa A Novidade também teve seu espaço na apresentação, seguida por Melô do Marinheiro,
que fez todos cantarem em coro. “Já estão cansados?”, provocou Vianna,
para receber um grande “não” da plateia como resposta, e entoar Uma Brasileira. Para finalizar a faixa, foi feito ainda um pot-pourri com a canção Exodus, de Bob Marley.
O Beco e Lourinha Bombril também foram
interpretadas antes de Vianna levantar sua guitarra em reverência e
deixar o palco. Após alguns instantes, no entanto, ele voltou e fez um
longo discurso de agradecimentos aos fãs presentes. Aonde Quer Que Eu Vá e Caleidoscópio deram sequência à apresentação.
Vital e Sua Moto e Que País É Este,
canção da Legião Urbana que também foi gravada pelo Paralamas,
finalizaram a apresentação, que teve seu término às 00h20. Cheios de
energia, os fãs continuaram gritando “Uh! É Paralamas” já com as luzes
acesas, quando o trio e seus músicos de apoio se abraçaram para
reverenciar aos presentes e deixaram o palco satisfeitos.
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