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28 de agosto de 2013

Peritos investigam causas de desabamento no Rio

Obra no nono andar pode ter abalado estrutura do edifício.
Segundo testemunha, estruturas de sustentação haviam sido removidas.

Do G1, com informações do Jornal Nacional
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 Peritos estão acompanhando o trabalho dos bombeiros e da Defesa Civil para tentar determinar a causa do desabamento de três prédios na noite desta quarta-feira (25), no Centro do Rio de Janeiro.
A causa exata dos desabamentos ainda está sendo investigada. Mas o especialista em gerenciamento de riscos Moacyr Duarte diz que a maneira como tudo veio a baixo permite descartar algumas possibilidades.
Ele explica que o prédio mais alto, onde começou o desmoramento, ruiu como numa implosão. A estrutura formada por vigas e colunas começou a quebrar de cima para baixo, e as lajes foram se sobrepondo.
À medida que os destroços se acumulavam, se espalhavam pelas laterais, no formato de uma pirâmide. Essa pilha de escombros atingiu – e derrubou – os outros dois prédios vizinhos, num efeito dominó, acredita Moacyr.

“O processo todo é inferior a dez segundos”, diz Duarte. “É uma queda atrás da outra, é uma quebra de coluna atrás da outra, eu acho que o castelo de cartas é a melhor ideia para entender o colapso progressivo”, conta.
Segundo o especialista, características como estas eliminam a possibilidade de explosão. “A explosão implicaria em a gente ter fragmentos projetados no nível da explosão e, segundo, a explosão de gás, que seria a mais possível, não tem força de abalar dessa maneira as colunas."
Durante coletiva de imprensa, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que é preciso aguardar as investigações. “Os engenheiros que lá estiveram praticamente descartam a possibilidade de explosão, dadas as características do que aconteceu, e falam muito provavelmente de um problema estrutural. Agora vamos ter que aguardar as investigações."
A instabilidade do terreno também seria uma causa pouco provável, de acordo com o especialista Moacyr Duarte.
“As pessoas que estavam no térreo conseguiram sair. Se fosse um colapso de baixo para cima, com um movimento de solo iniciando, esse seria o primeiro pavimento colapsado e o resto viria em cima”, explica.
Obra pode ser responsável 
Por enquanto, a Defesa Civil do Rio trabalha com uma única hipótese para a causa da queda: uma obra que estava sendo feita no prédio mais alto, e que pode ter abalado a estrutura do edifício.
“É possível que a obra tenha comprometido alguma parte estrutural do prédio e provocado o colapso súbito”, disse o coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil-RJ.
A reforma, segundo pessoas que trabalhavam no prédio, acontecia no nono andar e tinha começado há dois meses. A TO Brasil, empresa de tecnologia da informação que ocupava seis andares do edifício, é apontada como a responsável pela obra.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que os operários só trabalhavam à noite, depois do expediente.
“O nono andar ele estava totalmente em escombros. Quebraram tudo”, afirmou. Pelo relato da testemunha, as estruturas de sustentação do prédio tinham sido removidas: “não tinha pilares, não tinha vigas”, conta.
O irmão de uma funcionária da TO, que está desaparecida, também diz que a todas as paredes do andar em reforma foram derrubadas.
“Não sou engenheiro, mas não precisa ser muito esperto pra entender que se você arrancar as paredes, o prédio fica sem estrutura, e é óbvio que ele vai vir abaixo”, diz ele.
Um funcionário que trabalhava no edifício Liberdade, o mais alto dos que desabaram, diz que quando chegou ao prédio, na manhã de quarta-feira, notou algo diferente.
"Eu vi este cascalho na porta do elevador, é como se ele tivesse caindo pelo poço do elevador", contou.
Crea
O último registro de obras no prédio, segundo o Conselho Regional de Engenharia (Crea) do Rio, é de quase quatro anos atrás. Segundo o Crea, a reforma que estava sendo feita era ilegal.
“Não tinha nada lá, não tinha nenhuma placa do lado de fora, não tinha nem sinais como, por exemplo, a gente costuma ver quando tem obra, uma caçamba na calçada, por exemplo. Nem isso tinha lá”, diz Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-RJ.
Nenhum representante da empresa TO Brasil, que seria responsável pela obra no edifício, quis se pronunciar. A companhia divulgou uma nota, em que lamenta o acidente.
Mapa detalhado dos prédios do desabamento no Rio (Foto: Arte G1)

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