Peritos investigam causas de desabamento no Rio
Obra no nono andar pode ter abalado estrutura do edifício.
Segundo testemunha, estruturas de sustentação haviam sido removidas.
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Peritos estão acompanhando o trabalho dos bombeiros e da Defesa Civil para tentar determinar a causa do desabamento de três prédios na noite desta quarta-feira (25), no Centro do Rio de Janeiro.
A causa exata dos desabamentos ainda está sendo investigada. Mas o especialista em gerenciamento de riscos Moacyr Duarte diz que a maneira como tudo veio a baixo permite descartar algumas possibilidades.
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Ele explica que o prédio mais alto, onde começou o desmoramento, ruiu como numa implosão. A estrutura formada por vigas e colunas começou a quebrar de cima para baixo, e as lajes foram se sobrepondo.
À medida que os destroços se acumulavam, se espalhavam pelas laterais, no formato de uma pirâmide. Essa pilha de escombros atingiu – e derrubou – os outros dois prédios vizinhos, num efeito dominó, acredita Moacyr.
“O processo todo é inferior a dez segundos”, diz Duarte. “É uma queda atrás da outra, é uma quebra de coluna atrás da outra, eu acho que o castelo de cartas é a melhor ideia para entender o colapso progressivo”, conta.
“O processo todo é inferior a dez segundos”, diz Duarte. “É uma queda atrás da outra, é uma quebra de coluna atrás da outra, eu acho que o castelo de cartas é a melhor ideia para entender o colapso progressivo”, conta.
Segundo o especialista, características como estas eliminam a possibilidade de explosão. “A explosão implicaria em a gente ter fragmentos projetados no nível da explosão e, segundo, a explosão de gás, que seria a mais possível, não tem força de abalar dessa maneira as colunas."
Durante coletiva de imprensa, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que é preciso aguardar as investigações. “Os engenheiros que lá estiveram praticamente descartam a possibilidade de explosão, dadas as características do que aconteceu, e falam muito provavelmente de um problema estrutural. Agora vamos ter que aguardar as investigações."
A instabilidade do terreno também seria uma causa pouco provável, de acordo com o especialista Moacyr Duarte.
“As pessoas que estavam no térreo conseguiram sair. Se fosse um colapso de baixo para cima, com um movimento de solo iniciando, esse seria o primeiro pavimento colapsado e o resto viria em cima”, explica.
Obra pode ser responsável
Por enquanto, a Defesa Civil do Rio trabalha com uma única hipótese para a causa da queda: uma obra que estava sendo feita no prédio mais alto, e que pode ter abalado a estrutura do edifício.
Por enquanto, a Defesa Civil do Rio trabalha com uma única hipótese para a causa da queda: uma obra que estava sendo feita no prédio mais alto, e que pode ter abalado a estrutura do edifício.
“É possível que a obra tenha comprometido alguma parte estrutural do prédio e provocado o colapso súbito”, disse o coronel Sérgio Simões, secretário estadual de Defesa Civil-RJ.
A reforma, segundo pessoas que trabalhavam no prédio, acontecia no nono andar e tinha começado há dois meses. A TO Brasil, empresa de tecnologia da informação que ocupava seis andares do edifício, é apontada como a responsável pela obra.
Um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que os operários só trabalhavam à noite, depois do expediente.
“O nono andar ele estava totalmente em escombros. Quebraram tudo”, afirmou. Pelo relato da testemunha, as estruturas de sustentação do prédio tinham sido removidas: “não tinha pilares, não tinha vigas”, conta.
O irmão de uma funcionária da TO, que está desaparecida, também diz que a todas as paredes do andar em reforma foram derrubadas.
“Não sou engenheiro, mas não precisa ser muito esperto pra entender que se você arrancar as paredes, o prédio fica sem estrutura, e é óbvio que ele vai vir abaixo”, diz ele.
Um funcionário que trabalhava no edifício Liberdade, o mais alto dos que desabaram, diz que quando chegou ao prédio, na manhã de quarta-feira, notou algo diferente.
"Eu vi este cascalho na porta do elevador, é como se ele tivesse caindo pelo poço do elevador", contou.
Crea
O último registro de obras no prédio, segundo o Conselho Regional de Engenharia (Crea) do Rio, é de quase quatro anos atrás. Segundo o Crea, a reforma que estava sendo feita era ilegal.
O último registro de obras no prédio, segundo o Conselho Regional de Engenharia (Crea) do Rio, é de quase quatro anos atrás. Segundo o Crea, a reforma que estava sendo feita era ilegal.
“Não tinha nada lá, não tinha nenhuma placa do lado de fora, não tinha nem sinais como, por exemplo, a gente costuma ver quando tem obra, uma caçamba na calçada, por exemplo. Nem isso tinha lá”, diz Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-RJ.
Nenhum representante da empresa TO Brasil, que seria responsável pela obra no edifício, quis se pronunciar. A companhia divulgou uma nota, em que lamenta o acidente.
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