Governador de Sergipe, Marcelo Déda morre aos 53 anos, em São Paulo
- Marcelo
Déda, governador do Sergipe, em foto de janeiro deste ano; ele estava
internado para tratar de um câncer e morreu na madrugada desta
segunda-feira (2)
Nos últimos dias, o estado de saúde do governador havia se agravado e, no sábado (30), o hospital divulgou boletim médico, afirmando que o quadro de Déda era grave e que apresentava "piora progressiva".
Advogado formado pela Universidade Federal de Sergipe, o político estava no segundo mandato. No seu lugar assumirá o vice-governador, Jackson Barreto, do PMDB.
A família postou uma mensagem no Twitter do governador. "O céu acaba de ganhar mais uma estrela. Marcelo Déda voou 'nas asas da quimera'. Paz e bem". Déda será velado no Palácio Museu Olímpio Campos, ainda em horário a ser definido. O corpo deve chegar a Sergipe às 12h (horário local). O velório e o sepultamento serão abertos à população.
Em outubro de 2012, ele anunciou a descoberta de um câncer no estômago. Desde lá inciou um tratamento intenso, em São Paulo, que resultou em afastamentos. Em maio, se afastou pela última vez para intensificar os tratamentos.
A última postagem de Déda pelas redes sociais foi em 10 de novembro, pelo Twitter, quando comentou sobre as eleições estaduais do PT.
Dilma publicou nota de pesar em que afirmou que "como prefeito, deputado e governador, Marcelo Déda exerceu a política com P maiúsculo".
Na última foto que publicou, em 29 de outubro, ele aparece ao lado da presidente Dilma Rousseff, que o visitou na data. Com uma camisa do Flamengo, o governador aparece sorridente, mas visivelmente debilitado.
Natural do município de Simão Dias (a 100 km de Aracaju), Déda participava do cenário político desde a década de 1970, nos movimentos secundaristas, quando conheceu o então dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Militante do Partido dos Trabalhadores (PT), no início dos anos 1980, Marcelo Déda foi fundamental na consolidação da legenda no Estado.
Em 1985, o PT decidiu lançar o nome de Déda para concorrer às eleições municipais de Aracaju, com o objetivo de se firmar como um partido nacional. Na época, com 25 anos e sem recursos para a campanha, o candidato fez todos os programas eleitorais gratuitos de televisão ao vivo e apenas com a bandeira do partido na parede do cenário, montado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Na eleição municipal, mesmo com recursos para a confecção de 5.000 cartazes, Déda ficou em segundo lugar com quase 19 mil votos. Logo em seguida foi eleito deputado federal por Sergipe.
Um ano depois, ele foi eleito deputado estadual com mais de 32 mil votos. O revés eleitoral ocorreu em 1990, quando tentou se reeleger para uma das cadeiras da Assembleia Legislativa. Acusado de ter priorizado as atividades legislativas em detrimento dos movimentos sociais, Marcelo Déda obteve 10% dos 33 mil votos que o elegeram em 1986.
Em 1994, foi eleito para a Câmara dos Deputados e, em 2000, conquistou o primeiro mandato de prefeito de Aracaju referendado por 52,8% dos votos válidos. Foi escolhido como líder do PT na Câmara entre 1998 e 1999. Reeleito em 2004, Déda começou a consolidar a trajetória política para a candidatura ao governo de Sergipe.
Em 2006, deixou a prefeitura de Aracaju para se candidatar ao comando do Estado. Eleito em primeiro turno com 52% dos votos, Déda investiu em infraestrutura no interior do Estado.
Em entrevista à "Agência Brasil", durante a campanha à reeleição, Marcelo Déda disse que o foco de seu governo no segundo mandato – 2010 a 2014 – seria o combate à violência, o aprofundamento das políticas sociais e a continuidade das obras de infraestrutura iniciadas em 2006. (Com Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário