Os (quase) 200 discos de Pernambuco
Produtor elabora lista com discos lançados com envolvimento de pernambucanos ou radicados no estado em 2013
AD Luna - Diarios Associados
O mestre da banda (Ademir Araújo), Lucifer rising (Anjo Gabriel), Planeta do amor (Kitara), Forrós que escolhi (Beto Hortiz), Estado de nuvem (Bruno Souto), Horror tales (ChaosSphere), Xô (Ex-Exus), Vermelhas nuvens (Hugo Linns), Para que você me veja (Júlio Morais), Ninho de vespa (Spok Frevo Orquestra). Esses são apenas alguns, dos cerca de 200 discos - entre CDs, DVDs e LPs - que foram lançados por artistas pernambucanos e/ou radicados no Estado, em 2013.
A lista foi compilada pelo produtor cultural e empresário Fábio Cabral, proprietário da Passa Disco - loja localizada no bairro do Parnamirim, especializada em música brasileira. “Faço isso há cinco anos. Inclusive, foi devido a um pedido do Diario”, informa Cabral.
Assim como outros agentes culturais de Pernambuco, ele lamenta pelo fato de que grande parte de toda essa produção musical não tenha uma difusão à altura. “Tem que tocar em rádio, né? Eu mesmo conheci muitos artistas ouvindo rádio”, observa. “Por que a música da Bahia ficou tão conhecida? Porque toca no rádio”, complementa Fábio Cabral.
Mais vendidos
Entre os que mais venderam na Passa Disco este ano Fábio Cabral cita, sem uma ordenação específica, a própria coletânea da loja Pernambuco cantando para o mundo - Vol. 3, Ylana (Ylana Queiroga), Luar agreste no céu Cariri (Xico Bizerra), Geraldo Maia & Vinícius Sarmento - voz e violão, Missa do vaqueiro (vários artistas), Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor e 4 elementos, de Naná Vasconcelos.
Entrevista“Não temos uma identidade. Somos mangue, somos frevo, somos Luiz Gonzaga, somos maracatu e não somos nada!” O desabafo é de Paulo André Moraes, produtor do Abril pro Rock, ex-empresário de Chico Science & Nação Zumbi, sócio da produtora Astronave e que há anos circula pelas principais feiras musicais do mundo, divulgando a música de Pernambuco.
A indignação de Paulo André se dá por conta desse paradoxo que envolve a crescente produção de discos de artistas pernambucanos e a pouca difusão desses trabalhos nas rádios e TVs locais. Na visão dele, a música de Pernambuco é obscura, com pouca visibilidade, dentro do próprio Estado.
O produtor relembra que, durante uma audiência pública das rádios universitárias, realizada recentemente no Recife, ouviu algo que o perturbou. “A última coisa que um diretor do século do passado disse foi: ‘eu só sei que nada sei’. É frustrante demais, mas não perco a esperança de ter uma rádio para mostrar outro caminho, outra música”, diz. “Eu sei o bem que uma rádio sintonizada com o tempo e espaço em que vivemos faria, uma revolução. E ajudaria na construção de uma identidade”, observa.
Paulo André diz lamentar o não entendimento dos gestores públicos diante dessa realidade. “Os gestores públicos não entenderam, nem os multiculturais, seja lá o que isso queria dizer”, critica.
Difusora PE
Como parte do seu interesse em ver a música do Estado ter o espaço que deveria, Paulo André está com um novo projeto para 2014: Difusora PE, desenvolvido pelas produtoras culturais Astronave e Agência Pavio. “É um kit com quatro CDs, contendo música produzida em Pernambuco, com curadoria minha e de Rodrigo (Coutinho), da Pavio, para ser distribuído nos bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis e pousadas”.
O público-alvo são os turistas que estarão aqui na época da Copa do Mundo. “Haverá um code para a pessoa baixar as coletâneas no celular. Os lugares com maior quantidade de downloads receberão o selo ‘amigo da cultura’. Já que não temos rádio, temos que tentar ocupar esses espaços”, justifica. Segundo Paulo André, o projeto terá apoio da Empetur.
AD Luna - Diarios Associados
Fábio Cabral, da loja Passa Disco, fez o levantamento eclético: relação contém de Ex-Exus (no alto) a ChaoSphere. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press. |
O mestre da banda (Ademir Araújo), Lucifer rising (Anjo Gabriel), Planeta do amor (Kitara), Forrós que escolhi (Beto Hortiz), Estado de nuvem (Bruno Souto), Horror tales (ChaosSphere), Xô (Ex-Exus), Vermelhas nuvens (Hugo Linns), Para que você me veja (Júlio Morais), Ninho de vespa (Spok Frevo Orquestra). Esses são apenas alguns, dos cerca de 200 discos - entre CDs, DVDs e LPs - que foram lançados por artistas pernambucanos e/ou radicados no Estado, em 2013.
A lista foi compilada pelo produtor cultural e empresário Fábio Cabral, proprietário da Passa Disco - loja localizada no bairro do Parnamirim, especializada em música brasileira. “Faço isso há cinco anos. Inclusive, foi devido a um pedido do Diario”, informa Cabral.
Assim como outros agentes culturais de Pernambuco, ele lamenta pelo fato de que grande parte de toda essa produção musical não tenha uma difusão à altura. “Tem que tocar em rádio, né? Eu mesmo conheci muitos artistas ouvindo rádio”, observa. “Por que a música da Bahia ficou tão conhecida? Porque toca no rádio”, complementa Fábio Cabral.
Foto: Arte/DP/D. A Press. |
Mais vendidos
Entre os que mais venderam na Passa Disco este ano Fábio Cabral cita, sem uma ordenação específica, a própria coletânea da loja Pernambuco cantando para o mundo - Vol. 3, Ylana (Ylana Queiroga), Luar agreste no céu Cariri (Xico Bizerra), Geraldo Maia & Vinícius Sarmento - voz e violão, Missa do vaqueiro (vários artistas), Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor e 4 elementos, de Naná Vasconcelos.
Entrevista“Não temos uma identidade. Somos mangue, somos frevo, somos Luiz Gonzaga, somos maracatu e não somos nada!” O desabafo é de Paulo André Moraes, produtor do Abril pro Rock, ex-empresário de Chico Science & Nação Zumbi, sócio da produtora Astronave e que há anos circula pelas principais feiras musicais do mundo, divulgando a música de Pernambuco.
A indignação de Paulo André se dá por conta desse paradoxo que envolve a crescente produção de discos de artistas pernambucanos e a pouca difusão desses trabalhos nas rádios e TVs locais. Na visão dele, a música de Pernambuco é obscura, com pouca visibilidade, dentro do próprio Estado.
O produtor relembra que, durante uma audiência pública das rádios universitárias, realizada recentemente no Recife, ouviu algo que o perturbou. “A última coisa que um diretor do século do passado disse foi: ‘eu só sei que nada sei’. É frustrante demais, mas não perco a esperança de ter uma rádio para mostrar outro caminho, outra música”, diz. “Eu sei o bem que uma rádio sintonizada com o tempo e espaço em que vivemos faria, uma revolução. E ajudaria na construção de uma identidade”, observa.
Paulo André diz lamentar o não entendimento dos gestores públicos diante dessa realidade. “Os gestores públicos não entenderam, nem os multiculturais, seja lá o que isso queria dizer”, critica.
Difusora PE
Como parte do seu interesse em ver a música do Estado ter o espaço que deveria, Paulo André está com um novo projeto para 2014: Difusora PE, desenvolvido pelas produtoras culturais Astronave e Agência Pavio. “É um kit com quatro CDs, contendo música produzida em Pernambuco, com curadoria minha e de Rodrigo (Coutinho), da Pavio, para ser distribuído nos bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis e pousadas”.
O público-alvo são os turistas que estarão aqui na época da Copa do Mundo. “Haverá um code para a pessoa baixar as coletâneas no celular. Os lugares com maior quantidade de downloads receberão o selo ‘amigo da cultura’. Já que não temos rádio, temos que tentar ocupar esses espaços”, justifica. Segundo Paulo André, o projeto terá apoio da Empetur.
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