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2 de janeiro de 2014

Os (quase) 200 discos de Pernambuco Produtor elabora lista com discos lançados com envolvimento de pernambucanos ou radicados no estado em 2013

AD Luna - Diarios Associados



Fábio Cabral, da loja Passa Disco, fez o levantamento eclético: relação contém de Ex-Exus (no alto) a ChaoSphere. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press.
Fábio Cabral, da loja Passa Disco, fez o levantamento eclético: relação contém de Ex-Exus (no alto) a ChaoSphere. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press.

O mestre da banda
(Ademir Araújo), Lucifer rising (Anjo Gabriel), Planeta do amor (Kitara), Forrós que escolhi (Beto Hortiz), Estado de nuvem (Bruno Souto), Horror tales (ChaosSphere), (Ex-Exus), Vermelhas nuvens (Hugo Linns), Para que você me veja (Júlio Morais), Ninho de vespa (Spok Frevo Orquestra). Esses são apenas alguns, dos cerca de 200 discos  - entre CDs, DVDs e LPs - que foram lançados por artistas pernambucanos e/ou radicados no Estado, em 2013.

A lista foi compilada pelo produtor cultural e empresário Fábio Cabral, proprietário da Passa Disco - loja localizada no bairro do Parnamirim, especializada em música brasileira. “Faço isso há cinco anos. Inclusive, foi devido a um pedido do Diario”, informa Cabral.

Assim como outros agentes culturais de Pernambuco, ele lamenta pelo fato de que grande parte de toda essa produção musical não tenha uma difusão à altura. “Tem que tocar em rádio, né? Eu mesmo conheci muitos artistas ouvindo rádio”, observa. “Por que a música da Bahia ficou tão conhecida? Porque toca no rádio”, complementa Fábio Cabral.

Foto: Arte/DP/D. A Press.
Foto: Arte/DP/D. A Press.


Mais vendidos
Entre os que mais venderam na Passa Disco este ano Fábio Cabral cita, sem uma ordenação específica, a própria coletânea da loja Pernambuco cantando para o mundo - Vol. 3, Ylana (Ylana Queiroga), Luar agreste no céu Cariri (Xico Bizerra), Geraldo Maia & Vinícius Sarmento - voz e violão, Missa do vaqueiro (vários artistas), Los Sebosos Postizos interpretam Jorge Ben Jor e 4 elementos, de Naná Vasconcelos.

Entrevista“Não temos uma identidade. Somos mangue, somos frevo, somos Luiz Gonzaga, somos maracatu e não somos nada!” O desabafo é de Paulo André Moraes, produtor do Abril pro Rock, ex-empresário de Chico Science & Nação Zumbi, sócio da produtora Astronave e que há anos circula pelas principais feiras musicais do mundo, divulgando a música de Pernambuco.
A indignação de Paulo André se dá por conta desse paradoxo que envolve a crescente produção de discos de artistas pernambucanos e a pouca difusão desses trabalhos nas rádios e TVs locais. Na visão dele, a música de Pernambuco é obscura, com pouca visibilidade, dentro do próprio Estado.

O produtor relembra que, durante uma audiência pública das rádios universitárias, realizada recentemente no Recife, ouviu algo que o perturbou. “A última coisa que um diretor do século do passado disse foi: ‘eu só sei que nada sei’. É frustrante demais, mas não perco a esperança de ter uma rádio para mostrar outro caminho, outra música”, diz. “Eu sei o bem que uma rádio sintonizada com o tempo e espaço em que vivemos faria, uma revolução. E ajudaria na construção de uma identidade”, observa.

Paulo André diz lamentar o não entendimento dos gestores públicos diante dessa realidade. “Os gestores públicos não entenderam, nem os multiculturais, seja lá o que isso queria dizer”, critica.

Difusora PE

Como parte do seu interesse em ver a música do Estado ter o espaço que deveria, Paulo André está com um novo projeto para 2014: Difusora PE, desenvolvido pelas produtoras culturais Astronave e Agência Pavio. “É um kit com quatro CDs, contendo música produzida em Pernambuco, com curadoria minha e de Rodrigo (Coutinho), da Pavio, para ser distribuído nos bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis e pousadas”.

O público-alvo são os turistas que estarão aqui na época da Copa do Mundo. “Haverá um code para a pessoa baixar as coletâneas no celular. Os lugares com maior quantidade de downloads receberão o selo ‘amigo da cultura’. Já que não temos rádio, temos que tentar ocupar esses espaços”, justifica. Segundo Paulo André, o projeto terá apoio da Empetur.

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