Polícia Federal realiza operação contra pedofilia e racismo
Entre os investigados, está o filho do cantor pernambucano Leonardo Sullivan, que é investigado por racismo
Do JC Online
Policiais realizam perícia em computadores apreendidos durante operação Net Control
Foto: Divulgação/PF
Atualizada às 13h36
O filho do cantor pernambucano Leonardo
Sullivan, Renato Menezes de Lima, está sendo investigado pelo crime de
racismo na internet. Na manhã deste sábado (1º), a Polícia Federal foi
até a casa do suspeito, no bairro do Cordeiro, no Recife, para realizar
mandado de busca e apreensão. Sullivan foi entrevistado nessa manhã, na Rádio Jornal, e saiu em defesa do filho. Renato chegou a ser detido, durante a operação, por resistir ao mandado, mas já foi liberado.
Além desse, a PF realizou outros três
mandados de busca e apreensão nesta manhã, no bairros de Areias, também
no Recife, no município de Gravatá, no Agreste, e São Paulo, no Sudeste.
A operação denominada "Net Control" tem a função de reprimir crimes de
pedofilia e racismo na internet. Três inquéritos policiais feitos no ano
de 2012 no Recife geraram os mandados para proceder investigação sobre a
pornografia infantil e racismo. Nos locais de busca foram arrecadados
discos rígidos, notebooks, pen drives e mídias de CDs.
Os responsáveis pela divulgação de
pedofilia usaram programas de compartilhamento de arquivos – como o
Emule e o Gigatrybe – para trocarem fotos e vídeos contendo cenas de
sexo envolvendo crianças e adolescentes. Renato Menezes de Lima, filho
de Sullivan, é investigado por racismo, por ter feito comentários
ofensivos aos negros no site de uma revista de circulação nacional.
Os peritos criminais federais realizaram
busca nos equipamentos apreendidos, mas não encontraram nenhuma
informação relevante à investigação. Contudo, a perícia irá continuar e
caso seja detectado algum vídeo, foto ou material pornográfico
envolvendo criança e adolescente e racismo, os responsáveis poderão ser
indiciados.
PROTESTO - Após a Rádio Jornal
apresentar a operação da PF durante o programa Super Manhã, o cantor
Leonardo Sullivan telefonou à redação para relatar sua frustração. Ele
disse que por volta das 5h, policiais invadiram a casa do filho,
provocando pânico. "O meu filho pensou que eram assaltantes, se
assustou, não quis abrir a porta. Derrubaram a porta, entraram dando
grito dentro de casa. Isso é um absurdo. Eu exijo retratação", declarou o
cantor.
Ouça as entrevistas de Leonardo Sullivan e Giovani Santoro à Rádio Jornal:
Visivelmente exaltado, Sullivan
responsabilizou o Poder Público pela maneira agressiva com que a PF
chegou à casa de Renato Menezes. Além de repudiar a abordagem da
polícia, o cantor negou todas as acusações feitas contra o filho dele.
"Como ele é racista? A minha mãe era negra, eu sou negro, como é que ele
pode ser racista? Isso é uma coisa que não tem cabimento!", desabafou
Leonardo. Depois de negar as acusações, ele chegou a taxar a Polícia
Federal de "cães de guerra" e considerou que os métodos se assemelhavam
aos da ditadura militar.
Giovani Santoro, chefe de comunicação da
PF, entrou ao vivo para esclarecer o ocorrido. Ele relatou que o filho
demorou entre 10 e 15 minutos para abrir a porta, na operação hoje pela
manhã. Os policiais pediram colaboração, mas Renato Menezes não
obedeceu. Renato justificou que, como os policiais não estavam
caracterizados, os indivíduos poderiam ser assaltantes. "Se houve
resistência, nós supomos que havia algum crime ocorrendo na residência e
ele estava impedindo a polícia de entrar. Nossa postura foi entrar na
casa, até porque o nosso mandado autorizava a nossa atuação", explicou.
O chefe de comunicação contou de quais
crimes Renato Menezes estava sendo acusado e explicou a maneira da PF
chegar até suspeitos de crimes virtuais. "Nós fizemos de tudo para
amenizar a situação. Pelo fato de ele ter resistido, nós tínhamos o
direito de algemá-lo, mas não o fizemos. Eu compreendo a atitude de pai
dele, mas a Polícia Federal tratou o filho dele com respeito e
dignidade", declarou Santoro. Ele esclareceu que Renato nem deveria ser
levado para a Superintendência da Polícia Federal, mas que o suspeito já
foi liberado.
Apesar da explicação dada pela PF,
Sullivan não se contentou e ainda fez declarações repudiando a situação.
"Eles ainda vieram com um papo de que tinha droga aqui em casa, isso é
um absurdo. Aí ele veio com essa história bonita aí. Vai contar história
bonita para o livro Assassinato de Reputações (título que o cantor
relatou estar lendo)", disparou, Sullivan.
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