Ao Vivo

1 de março de 2014

Lenine reverencia o talento do mestre Dominguinhos

Cantor se apresentará com três grandes nomes da sanfona

 / Foto: Sérgio Bernardo/Divulgação PCR

Foto: Sérgio Bernardo/Divulgação PCR

“Resolvi tocar Dominguinhos, não pela falta mas pela presença”, diz Lenine, esclarecendo que não incluiu canções de José Domingos e Moraes (1941/2013) para lembrar o seu desaparecimento, mas para celebrar sua permanência: “A característica multifacetada do Carnaval do Recife cabe muito bem a música de Dominguinhos, que é tudo como sendo mais do universo junino, mas que atuou em todas as áreas, frequentou todos os nichos”, completa, Lenine, lembrando a participação do sanfoneiro no Heineken Concerts, em 2000: “Formei uma banda com Marco Suzano, Pantico Rocha e Marcelo Bernardes, e convidei músicos africanos, Richard Bona (Camarões), e Regis Gizavo (Madagascar), o Fabulous Trobadors (França), Caju e Castanha e Dominguinhos. No ensaio, Domiguinhos tocou só lamentos, que fez Gizavo chorar muito”, lembra.

Ele se apresenta sábado, no Marco Zero, e domingo, no Alto José do Pinho. Traz para estes palcos o show que estreou no Circo Voador, com sua banda, e a participação especial dos sanfoneiros Waldonys, Renato Borghetti, e Toninho Ferragutti: “Não será o mesmo, porque lá eu estava sozinho, e pude me estender mais. No Carnaval vou ter que encurtar o repertório”. Encurta, sem deixa as composições de Dominguinhos, que canta com a trinca de sanfoneiros: Lamento sertanejo (parceria com Giblerto Gil), Relampiano (Lenine/Moska), Alegria de pé de serra (com Anastácia, lançada por Luiz Gonzaga, em 1978), Isso aqui tá muito bom (com Nando Cordel), Sete meninas (com Toinho Alves): “Relampiano, ele gravou comigo. A gente fez uma prévia no Circo Voador, com estes três músicos de universos diferentes. Borghettinho, que é do Rio Grande do Sul, e não toca a gaita ponto, Ferragutti que de um universo mais acadêmico, enquanto Waldonys é nordestino, cearense, se identifica mais de perto com Dominguinhos, que era dotado de uam musicalidade exacerbada. A sanfona era uam extensão dele, que se bastava tocando, não precisava de mais ninguém.

Folião inveterado, de descer e subir ladeiras de Olinda, Lenine diz que há anos não brinca carnaval, nem mesmo no Quanta Ladeira, um dos muitos blocos que ajudou a fundar: “Brinquei muito, tanto no Recife ed em Olinda, quanto no Rio, fui um dos fundadores Sovaco do Cristo, desde que começou este formato de Carnaval no Recife, eu passei a trabalhar”, diz sem lamentos, afinal é um igualmente “fominha” inveterado de palcos. Atualmente ele continua com a turnê do álbum Chão (que vai aos EUA e Europa), e o que chama de “desdobramentos”, incluindo aí apresentações com uma sinfônica: “Já comecei a produzir o próximo disco. Nao dá para adiantar nada ainda, apenas que estou fazendo. Para mim, o início de um disco é um cerca lourenço, a gente vai compondo e ele vai se moldando, tomando forma”.

O show do Carnaval ele canta faixas de Chão, mas vai jogar mais para a torcida. Abre com Na pressão, Homens dos olhos de raio-X, traz para o palco os hits, Fere rente, Alzirae a torre, Jacksoul brasileiro, A ponte, Dois olhos negros, Leão do Norte, o final fica em aberto, a surpresa, provavelmente um frevo arrasa quarteirão, como Voltei Recife (Luiz Bandeira), que ele trouxe de volta para os palcos, quando o gavou no álbum O dia em que faremos contato (1997).
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