Perito diz que música deixada por Daleste foi "delírio" gravado em 2012
Thays Almendra
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
O perito Ricardo Molina, convidado pela Record para comentar música deixada por MC Daleste, disse ao UOL que o áudio foi um delírio do funkeiro gravado em 17 de julho de 2012 – quase um ano antes de ser assassinado.
"Essa é a data registrada no tablet em que a música foi encontrada pela família. Acredito que ele queria, inicialmente na música, falar do futuro, mas se perdeu ao descrever. Foi um delírio qualquer dele. Como outras coisas que foram gravadas", disse Molina.
O áudio foi divulgado na estreia do programa "Domingo Show", de Geraldo Luís. Na música, Daleste fala sobre "entender um pouco da vida e da morte". Além de mandar recado a sua mulher Érica, aos seus irmãos Carolina e Rodrigo, amigo Daniel e ao seu pai, Roland Pellegrine.
"Essa é a data registrada no tablet em que a música foi encontrada pela família. Acredito que ele queria, inicialmente na música, falar do futuro, mas se perdeu ao descrever. Foi um delírio qualquer dele. Como outras coisas que foram gravadas", disse Molina.
O áudio foi divulgado na estreia do programa "Domingo Show", de Geraldo Luís. Na música, Daleste fala sobre "entender um pouco da vida e da morte". Além de mandar recado a sua mulher Érica, aos seus irmãos Carolina e Rodrigo, amigo Daniel e ao seu pai, Roland Pellegrine.
O assassinato"Elas não... tendem entender. Nem Jesus agradou a todos antes de morrer. Hoje entendi, agradeço a Deus por toda a minha sorte. Entendi um pouco da vida, mas tá difícil de entender um pouquinho da morte. Saudades vem. Lembranças vai. E fica dentro do meu peito, tento tirar essa dor, mas não tem jeito. Por que que tem que ser assim? Não dá para entender. Tudo tem que ter um fim", diz a letra da canção. Ouça trecho ao lado.
Em entrevista ao UOL, o pai do funkeiro contou que o áudio foi encontrado meses depois da morte do garoto de 20 anos. Roland disse que a música é uma mensagem deixada por Daleste. "Queria mostrar para o Brasil que ele gravou a música enquanto morto. Apareceu essa gravação do nada no tablet. Se ouvirem a gravação original, é possível ouvir ao fundo que meu filho estava no necrotério. Tinha gente chorando e tal", explicou ele, que não acredita na versão do perito.
Já Ricardo Molina acredita que a música não sirva como prova ou análise da polícia no caso. "Acho que esse áudio não mudará em nada o andamento das investigações. Só não foi encontrado antes porque ficou em um diretório oculto do tablet", finalizou.
Em 6 de julho do ano passado, MC Daleste foi baleado dez minutos após o início de um show no CDHU do bairro San Martin, em Campinas. O cantor chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Paulínia, mas morreu no centro cirúrgico à 0h55. Logo após o ocorrido, fãs publicaram vídeos do momento do disparo na internet. Segundo Pegolo, Daleste ainda levou um tiro de raspão, que atingiu sua axila direita, momentos antes do disparo fatal. "Ele sentiu, mas, sem ver o ferimento, prosseguiu com a apresentação", disse Pegolo. As investigações continuam.
"Meu irmão não tinha inimigos, ele era da paz. Não consigo imaginar quem possa ter feito isso com ele. Quero justiça. O criminoso tem que ser preso", afirmou ao UOL Rodrigo Pellegrine, 26 anos, irmão e parceiro musical de Daleste. Rodrigo estava no palco no momento em que o MC foi baleado.
Daleste, que começou a carreira no bairro da Penha, em São Paulo, fazia parte do grupo de funkeiros que canta "funk ostentação" ou "funk paulista", em que temas de preocupação social dão lugar a letras sobre dinheiro, marcas de roupa, carros, bebidas, joias e mulheres. O funkeiro cantava os hits "Gosto Mais do que Lasanha" e "Mais Amor Menos Recalque", esse último já foi reproduzido mais de 1 milhão e 600 mil vezes no YouTube. Em outra canção, "Apologia", o MC escreveu "Matar os policia é a nossa meta / Fala pra nois quem é o poder / Mente criminosa coração bandido / Sou fruto de guerras e rebeliões".
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