Nicole Puzzi, ex-musa da pornochanchada, volta à TV: "Decepcionei muitos na cama"
Nicole Puzzi foi uma das musas da pornochanchada
nacional e habita o imaginário masculino até hoje. Aos 56 anos, a atriz,
que está longe da TV desde a novela Barriga de Aluguel, de 1990, fará
sua estreia como 'entrevistadeira', como ela mesma define, no Canal
Brasil, dia 4. Nicole volta às raízes em Pornolândia, programa sobre
sexo que ela define sem pretensão didática ou qualquer tipo de
preconceito. A direção é de Ruy Rufião, conhecido por produzir filmes
eróticos nada convencionais e que fogem dos padrões estéticos habituais.
Como será o programa?Tem um lado underground, porque tem a ver com a marginalidade da pornochanchada, mas ao mesmo tempo é muito bonito. Quando os produtores idealizaram, eles não tinham coragem de me chamar porque achavam que eu não aceitaria. E eles queriam uma mulher sensual, madura e de uma inteligência razoável.
Considera-se sensual?
Sei representar bem. Estou com quase com 60 anos e não é possível que essa imagem de sexualidade ainda esteja impregnada, mas lido bem com isso. Num dos programas, apreço com uma blusa transparente e as 'peitcholas' de senhora, tudo ali, sem tratamento. Os 'véios' ficam loucos quando me encontram e tem muito moleque tarado que assiste às reapresentações dos filmes no Canal Brasil. Imagina; eles têm idade para serem meus filhos. Parece que tenho mais fãs hoje do que na época da pornochanchada, mesmo estando fora da mídia.
Qual seu know-how sexual?
Nadinha. Engraçado é que me tornei uma espécie de sexóloga por causa da pornochanchada. As mulheres adoram me contar suas vidas sexuais. Fiz tudo o que eu quis e com o quem quis, mas tenho meus limites. Duas coisas que não divido são homem e chocolate. Sou mais papai-mamãe do que malabarista. Eu vendia um imaginário de mulher gostosa, de uma sensualidade que nunca tive. Decepcionei muito homem na cama porque eles me viam como uma máquina. Não faço malabarismos na cama, mas o que me dá prazer.
A pornochanchada atrapalhou sua carreira na TV?
As pessoas se assustam porque eu assumo o que fiz e gostei de ter feito. Tem gente que nega. Foi a melhor época da minha carreira e eu era muito feliz, mas atrapalhou, sim. Minha teimosia fez com que as pessoas não perdoassem o fato de eu ter achado tudo aquilo maravilhoso. Agora virou cult, mas na época tinha preconceito. Mas só transei com quem eu quis e sempre de graça, o que foi uma burrice, porque não sou rica.
Teve muitas propostas?
Todas nós recebíamos propostas milionárias. Dizem que a pornochanchada atingiu a classe C, mas era a classe A que me procurava. Recebia propostas milionárias de políticos, intelectuais e empresários para sair com eles. Teve um cara que mandou avião me buscar e ofereceu um cheque em branco, mas eu não quis. Nunca conseguiria me deitar com aquele homem. Era sexualmente liberada, mas não prostituta. E nos filmes a gente simulava, não fazia sexo.
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