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31 de julho de 2014

Após 22 anos, Collor sela paz e une a família para as eleições

Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
  • Divulgação
    Collor, o sobrinho Fernando Lyra Collor e Fernando James Collor, o sobrinho Fernando Lyra Collor e Fernando James
Depois de 22 anos da denúncia entre irmãos que levou ao impeachment em 1992 e de ficar em lados opostos nas eleições de 2012, a família Collor está novamente unida em Alagoas. Nessa segunda-feira (28), o candidato à reeleição ao Senado Fernando Collor de Mello (PTB) divulgou foto ao lado do sobrinho e filho do irmão Pedro, Fernando Lyra Collor (PSD).
Na foto, o filho de Pedro posa ao lado do tio com o adesivo de campanha de Collor. "Fui com meu sobrinho Fernando Lyra Collor e meu filho Fernando James à Festa de Emancipação de São José da Laje. Família reunida para comemorar os 128 anos da cidade", disse Collor, em legenda de foto divulgada nas redes sociais.
A união entre a família é simbólica não só por conta do racha na eleição dois anos antes mas também por ser em um momento em que ainda era especulado que a mãe de Lyra Collor, Thereza Lyra Halbreich, fosse lançada ao Senado em parceria pelo PSDB, justamente para concorrer contra Collor.
O filho de Pedro e Thereza Collor não é candidato a nenhum cargo este ano, como havia especulado em entrevista exclusiva ao UOL em 2012.

Derrota em 2012

Fernando Lyra Collor também é neto do deputado federal mais rico do país e que enfrenta processo de falência em suas empresas, João Lyra (PSD). Foi o avô que o fez seguir o caminho da política em 2012, quando Lyra Collor se lançou como candidato a vice-prefeito de Atalaia, na chapa de Zé do Pedrinho (PSD).

Relembre a rixa entre Fernando Collor e seu irmão Pedro

21 mai.1992 - O empresário Pedro Collor de Mello, irmão do presidente Fernando Collor de Mello, é cercado por jornalistas dias depois de denunciar casos de corrupção no governo do irmão Leia mais Paulo Giandalia - 21 mai. 1992/Folhapress
Mas o apoio do avô não foi suficiente, e sua chapa acabou derrotada pelo Professor Mano (PTB), apoiado ferrenhamente por Collor.
Naquela eleição, um fato que chamou a atenção foi que Fernando riscou o sobrenome Collor para usar apenas aquele que marca sua mãe e seu avô.
"João Lyra é um pai para mim. Não tenho nada contra meu tio, falo com ele normalmente, mas ele não me procurou. Foi meu avô quem me procurou e disse que tinha um projeto para mim aqui em Atalaia", contou Lyra, logo após um comício em Atalaia, em 2012.
O UOL procurou Fernando Lyra Collor para que ele comentasse o apoio ao tio, mas até a publicação da reportagem, ele não respondeu aos contatos.

Rixa

Em entrevista à revista "Veja", em 1992, Pedro acusou o tesoureiro da campanha do irmão, Paulo Cesar Farias, o PC Farias, de usar a amizade com Collor para enriquecer. Ele entregou um dossiê e apontou operações ilegais que envolviam o irmão e o tesoureiro.
Por falta de provas, Fernando Collor de Mello e PC Farias foram inocentados pela Justiça da acusação de corrupção passiva, em 1994, mesmo ano da morte de Pedro.
Para Fernando Lyra Collor, seu pai é um herói nacional por denunciado o irmão.
"Meu pai é um herói, um guerreiro. Poucas pessoas teriam coragem de fazer o que ele fez. Ele era uma pessoa queria mudança, que queria justiça", diz, citando ainda que pela idade que tinha à época [oito anos de idade] era mantido afastado da disputa familiar. 

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