Estiloso, Sony Xperia M2 falha na câmera e tem excesso de plástico
FABIANO CANDIDO
O Xperia M2 é a aposta da Sony para concorrer com os chamados
smartphones intermediários, com preços por volta dos R$ 900, e suporte à
rede 4G. Os principais rivais do aparelho no mercado brasileiro são o
iPhone 5C (Apple), o S4 Mini (Samsung) e, principalmente, o campeão de
vendas Moto G (Motorola).
O smartphone da empresa japonesa é a segunda geração do Xperia M, linha
lançada em meados de 2013. No conjunto, o M2 não é superior aos rivais,
mas tem três qualidades que podem cativar alguns consumidores: uma
bateria com longa duração, uma interface bonita (amigável até para quem
tem dificuldade com smartphones) e um belo design.
A engenharia da Sony projetou o aparelho com uma bateria de 2300 mAh
(miliampere-hora). O que isso significa? Que o smartphone tem uma
bateria de longa duração. E ela entrega o que promete. Nas minhas mãos, o
Xperia M2 teve energia para aguentar dois dias. Neste período, ouvi
intensamente música via streaming (Spotify e Google Music), naveguei na
internet, acessei redes sociais Twitter e Facebook e respondi muitos
e-mails.A bateria, mais potente do que a dos rivais (o iPhone 5C e Moto G, respectivamente, têm baterias de 1510 mAh e 2070 mAh), é auxiliada por um aplicativo de gerenciamento de energia. Quando é ativado, ele desabilita algumas funções para o smartphone economizar bateria. Até existem alguns software no mercado com a mesma função. Mas este, por conversar melhor com o hardware da Sony, amplia a vida útil da bateria e transforma o Xperia M2 em um aparelho sedutor para quem usa muito o aparelho no dia a dia.
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Contudo, o Sony Xperia M2, como seus rivais, tem um grande problema: a bateria não é removível. Se em algum momento ela começa a falhar, o usuário deverá procurar a assistência técnica para efetuar a troca e esperar alguns dias para o serviço.
Android descomplicado
O smartphone roda o Android 4.3 Jelly Bean, uma versão ultrapassada. Mas a fabricante do dispositivo deve, em breve, liberar a versão 4.4 Kit Kat, que é mais rápida e mais segura que o atual sistema operacional.
A Sony tem customizado pouco o Android dos seus aparelhos. E no pouco que mexe, faz um bom trabalho. A tela inicial do aparelho pode ser liberada com o deslizar do dedo para cima ou para baixo. Ela também tem um ícone na parte superior, na forma de máquina fotográfica, que ao ser acionado leva o usuário direto para a câmera e ajuda quem precisa fotografar algo com rapidez.
O M2, como os demais aparelhos da nova linha Xperia, conta com poucos, mas bons widgets e aplicativos extras. Dois chamam a atenção: o widget de recursos da câmera (sobre o qual eu comento mais abaixo) e o aplicativo de música Walkman. A Sony, ao não encher o sistema de aplicativos inúteis, colabora para o Android fluir rapidamente e sem congelamentos na transição de telas.
Como os demais aparelhos com sistema Android, o Xperia M2 tem acesso nativo ao Google+. Se o usuário tiver uma conta no Google ou Gmail, por exemplo, pode usar o serviço para salvar as fotos na nuvem e ter um backup extra caso perca o aparelho. Tem mais: conta com acesso ao Google Now, um sistema que, baseado em informações da sua localização, dos seus e-mails e das suas pesquisas na web, oferece informações de trânsito, notícias, placares de jogo de futebol e até horário do transporte público.
Mesmo com diversos apps abertos, entre eles os pesados Google Maps e Google Music, o Xperia M2 não fraqueja e funciona bem. O segredo está no conjunto formado pelo processador Quad-core 1.2 GHz Cortex-A7 e 1 GB de memória RAM. Com a configuração, o smartphone roda bem a maioria dos jogos e aplicativos disponíveis. Apesar de oferecer um bom processamento, o aparelho peca no armazenamento: o usuário só tem 8 GB de memória interna para usar. Se quiser mais, tem que comprar à parte um cartão de memória do padrão MicroSD com capacidade de até 32 GB.
Design lindo, acabamento péssimo
O Sony Xperia M2 tem uma tela grande de 4,8 polegadas e 148 gramas de peso. O design do aparelho, bastante “quadradão”, é imponente e bonito. Mas a “beleza” é formada por um corpo de plástico. Ao caminhar com o aparelho, eu fiquei com muito medo de derrubá-lo. Havia uma razão para a preocupação: o material do aparelho é tão frágil que parece que pode quebrar com uma queda simples. Então, se você é meio desastrado, o Xperia M2 não é para você.
O aparelho tem 8,6 milímetros de espessura, 7,11 centímetros de largura e 13,9 centímetros de altura. É um aparelho grande e incomoda quando é carregado no bolso da calça. Eu gostei da pegada do aparelho, mas familiares com mãos pequenas consideraram o aparelho desconfortável.
O design do aparelho tem um grave problema para quem gosta de jogar games no celular. Quando o segurei na posição horizontal e usei os indicadores na parte superior como apoio, os dedos taparam a saída de som do jogo. O problema é irritante, mas pode ser resolvido de duas maneiras. A primeira é acoplando um fone de ouvido ao smartphone. A segunda é usar um software nativo do celular para conectar o joystick do Playstation, via Bluetooth, ao aparelho.
Pecados
A tela do Xperia M2 fica devendo. Como toda a carcaça do aparelho, ela é
frágil, apesar da proteção contra riscos. A qualidade da imagem também
não é das melhores. A razão é a baixa resolução, de 540 x 960 pixels,
4.8 inches. Por conta dessa característica, eu não consegui assistir
vídeos em alta definição (HD), um recuso que o concorrente Moto G tem.
A Sony tem tradição de fabricar smartphones com boas câmeras. Não é o caso no Xperia M2.
A câmera traseira do smartphone, com 8 megapixels, até fez boas fotos,
mas não com uma boa nitidez, tanto no claro quanto no escuro. As imagens
com zoom ficaram horríveis, como é possível ver no exemplo abaixo. Os
vídeos, gravados em 1080p, ficaram com uma qualidade razoável.
Em resumo, o Sony Xperia pode ser uma boa compra para quem gosta muito da marca Sony, se importa com design e gosta de smartphones grandes. Mas, se você é como eu e gosta de ter um Android atualizado, este não é seu aparelho. Neste caso, escolha uma marca que rode uma versão pura do sistema, como o Moto G.
Pontos positivos:
- Design
- Software
- 4G
Pontos negativos:
- Carcaça de plástico frágil
- Resolução de tela menor que nos concorrentes
- Fotos de baixa qualidade
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