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31 de outubro de 2014

A vitória de Dilma, a presidente que não baixou a cabeça

A eleição de 2014 ficará na memória dos brasileiros como uma das mais disputadas do país em todos os tempos. Dilma Rousseff mostrou resiliência – e se reelegeu presidente da República

ALBERTO BOMBIG
As viagens (Foto: Nacho Doce/Reuters)
As viagens
Dilma percorreu o país durante a campanha eleitoral, nos palanques armados pelos aliados do PT (na foto acima, está em São Paulo). Em pelo menos um Estado, os palanques petistas foram decisivos: o Rio de Janeiro, onde ela se uniu à situação e à oposição e obteve uma vantagem importante para sua vitória
(Foto: Nacho Doce/Reuters)
Se existem dois substantivos capazes de definir a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, eles são: resiliência e disciplina. O primeiro é um termo original da física. Grosso modo, determina a capacidade de resistência de certos materiais. Nos últimos anos, esse termo passou a ser usado por correntes da psicologia para destacar indivíduos mais aptos a lidar com problemas e adversidades do que outros.
Nesta campanha, Dilma enfrentou vários desses momentos, dentro e fora do PT, nas ruas ou nos bastidores do poder – sem contar o furacão que varreu as ruas do país em junho do ano passado e atingiu todos os políticos. Mesmo diante das piores situações, Dilma manteve a cabeça erguida e foi capaz de suportar e vencer o clima anti-PT jamais visto no Brasil numa eleição. Para se manter altiva e combater os opositores, ela contou com a disciplina do tempo de militante política contra a ditadura. Disciplina que a levou a cumprir à risca o receituário de seu marqueteiro-chefe, João Santana. Sob as orientações dele, Dilma imprimiu uma campanha dura contra os adversários, com ataques ao caráter e à biografia dos adversários.
>> Dilma Rousseff: vitória no sufoco

Com a combinação entre resiliência e disciplina, Dilma superou o “Volta, Lula”, os 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil na Copa do Mundo, a morte de Eduardo Campos, o “fenômeno Marina Silva” e a “onda Aécio”.  Não bastasse tudo isso, ainda enfrentou a escalada das revelações da Polícia Federal e do Ministério Público no escândalo de corrupção da Petrobras, que dominou a reta final do primeiro e do segundo turnos. Quase sempre falou sobre o assunto como candidata, não como presidente.
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Apesar de não ser uma das fundadoras do PT, Dilma manteve-se, antes de tudo, como uma militante puro-sangue do partido durante toda a corrida eleitoral. Deu certo, e ela fez valer o slogan de sua campanha:

“Dilma, coração valente”.

A copa (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
A copa
Em junho, na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, Dilma foi hostilizada pela torcida na Arena Corinthians. O sucesso do torneio ajudou a recuperar sua boa avaliação. Ela se esforçou para capitalizar um eventual sucesso da Seleção Brasileira dentro de campo. Não deu certo ante os 7 a 1 da Alemanha na semifinal
(Foto: Ricardo Stuckert/PR)
A tragédia (Foto: A tragédia)
A tragédia
Pouco mais de um mês após o início oficial da campanha eleitoral, Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente, morreu num desastre aéreo. A tragédia abalou o meio político e atingiu a campanha de Dilma. Naquele momento, ela já tratava seu antigo aliado político como um adversário ferrenho. Dilma compareceu ao velório no Recife, Pernambuco
(Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Campanha no Palácio (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Campanha no Palácio
Dilma optou por realizar suas coletivas de imprensa no Palácio da Alvorada. Isso gerou críticas da imprensa e até uma manifestação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli. Segundo ele disse em entrevista a ÉPOCA, tratava-se de  “vantagem indevida”
(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
A adversária (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
A adversária
A morte de Eduardo Campos alçou a vice dele, Marina Silva, à condição de candidata do PSB. Antigo desafeto de Dilma desde quando as duas eram colegas de Esplanada, Marina  começou sua campanha sob a comoção provocada pela morte de Campos e sob o sentimento antipetista que naquele momento dominava a eleição para presidente da República
(Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
A militância (Foto: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress)
A militância
Nos momentos mais difíceis da campanha, Dilma se apoiou na militância histórica do PT e em seus líderes regionais. São Paulo foi o Estado mais visitado por ela. Dilma fez várias carreatas nas áreas populosas da capital. Mesmo assim, sua votação em São Paulo ficou aquém do necessário para vencer no Estado
(Foto: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress)
O fator Lula (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O fator Lula
Após os protestos de 2013, com a avaliação do governo em queda, Dilma enfrentou uma onda dentro e fora do PT. Muitos queriam a candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto.  O movimento só começou a perder força em abril, quando o próprio Lula afirmou que a candidata era  Dilma. Na campanha, ele manteve a posição de defesa de sua afilhada política e atacou os adversários
(Foto: Ueslei Marcelino/Reuter3s)

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