Americana que planeja suicídio assistido divulga novo vídeo
Com câncer terminal, Brittany Maynard, de 29 anos, fala sobre a possibilidade de adiar a data da morte, marcada para este sábado, 1º de novembro
REDAÇÃO ÉPOCA
A
psicóloga americana Brittany Maynard, que tem um câncer terminal,
ganhou destaque no último mês, desde quando veio a público anunciar a
data da própria morte. Em um vídeo emocionante,
publicado dia 6, a americana de 29 anos explicou a escolha de recorrer
ao suicídio assistido e definiu o dia em que colocaria um fim à própria
vida: sábado, 1º de novembro. O depoimento viralizou nas redes sociais.
Três dias antes da data planejada, Brittany lançou um novo vídeo (assista abaixo em inglês) em que reflete sobre a decisão e fala sobre a possibilidade de adiar os planos.
"Se chegar o dia 2 de novembro e eu já tiver morrido, espero que a
minha família ainda se orgulhe de mim e das escolhas que fiz. E se eu
ainda estiver viva, vamos continuar juntos no amor que temos um pelo
outro e esta decisão virá mais tarde", afirma, entre lágrimas,
referindo-se aos seus pais e ao marido. Dan Diaz apoia a decisão da
mulher: "Vivemos um dia de cada vez. É um clichê, mas é mesmo assim."No vídeo, de seis minutos, Brittany diz que se sente adoecendo a cada semana, mas ainda não o suficiente para acabar com a própria vida. "Ainda me sinto bem, ainda tenho felicidade suficiente. Ainda consigo dar risada com a minha família e amigos. A hora certa não me parece que é agora [para morrer]. Mas sei que vai chegar, sinto-me pior de semana para semana." No entanto, teme que demore muito e o tumor tire sua capacidade de tomar decisões. "Seria a pior coisa que poderia acontecer comigo."
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Na página na internet, Bittany agradece a demonstração de amor e apoio do público. E afirma: "Não lancei esta campanha porque queria atenção. De fato, é muito difícil para eu processar tudo isso. Eu fiz porque quero ver um mundo onde todos tenham acesso à morte com dignidade, como eu tive. Minha jornada é mais fácil por causa dessa escolha".
O diagnóstico e a decisão
Em janeiro deste ano, pouco depois de seu casamento, a psicóloga foi diagnosticada com um dos tipos mais graves de tumor cerebral maligno, chamado glioblastoma. Brittany logo foi submetida a duas cirurgias, que contiveram o câncer e renderam-lhe um prognóstico de mais dez anos de vida. Em abril, porém, os médicos constataram que o tumor voltou maior e mais agressivo. O prognóstico de vida mudou para só seis meses.
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Ao pesquisar as opções de tratamento e a chance quase nula de cura, Brittany tomou a decisão de recorrer ao suicídio assistido, prática médica que permite, em termos legais, o paciente com câncer terminal a tirar a própria vida no momento em que desejar. O procedimento é permitido por lei em cinco estados americanos: Montana, Novo México, Vermont, Washington e Oregon. Outros sete distritos estão estudando projetos similares. No começo do ano, ela se mudou junto à família da Califórnia, onde morava, para a cidade de Portland, em Oregon. Lá, poderia viajar a lugares que sempre quis conhecer e passar seus últimos dias em paz ao lado de quem gosta.
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