Comendador José Alfredo foi inspirado no próprio autor de Império
Enquanto reflete sobre os contornos de seus personagens, o autor pode comemorar a audiência de seu folhetim, que só vem crescendo. Segundo dados do Ibope, Império atingiu seu maior número desde a estreia no estado do Rio de Janeiro depois do fim do horário eleitoral. A trama ultrapassou os 40 pontos e fechou com 42 de média com picos de 44.
Ele está tão feliz, que não para de discorrer sobre o elenco. "Tenho paixão por algumas das minhas (muitas) personagens femininas… Mas de uns tempos para cá descobri que também adoro meus homens. Só José Mayer já viveu pelo menos meia dúzia deles, desde que estreou na tevê vivendo o Jorge Fernando de 'Bandidos da Falange': Osnar, Teobaldo Faruk, Dirceu, Pereirinha, e agora esse incrível Cláudio Bolgari… E acho que houve ainda outros. E José Wilker, meu Deus, que fez uma enfiada de outros personagens meus, e imortalizou Giovanni Improtta e o seu 'felomenal' bordão… E o que dizer do Marconi Ferraço de Dalton Vigh, de Felix Guerrero e Juvenal Antena, ambos vividos pelo magistral Antônio Fagundes, de todos os oito que Lima Duarte fez comigo, do Crô de Marcelo Serrado, e agora… desse comendador de Alexandre Nero que todos amam? Sim, cada um deles teve um pouco de mim… E todos tiveram muito de outros", escreve ele e, nada modesto, faz outra reflexão: "Desculpem se parecer arrogante, mas de todos os meus personagens o maior que eu criei fui eu mesmo. Não pensem que foi fácil. Quando vejo esses políticos se fazendo de solidários com os pobres só para ganhar votos, tenho vontade de jogar pedras neles. Poucos dentre eles sabem o que é pobreza, e os que sabem, mal são eleitos, logo tratam de esquecê-lo. Já eu, não posso esquecer minhas origens… Nem aquele menino magro, desengonçado, feio e pobre que fui, e que, submetido a todo tipo de preconceitos, sofreu horrores… Assim como não posso deixar de dizer a mim a mesmo, todos os dias, com suprema satisfação e supremo orgulho, que tive muito mais do que merecia, já que aquele garoto de Carpina, destinado a ser no máximo um homem do terno cinzento qualquer, vestiu-se todo de preto, traçou uma linha reta, foi sempre em frente e acabou indo muito longe", finaliza.
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