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30 de outubro de 2014

Passe um fim de semana em Buenos Aires e viva um saudável despaisamento

HAROLDO CASTRO (TEXTO E FOTOS) DE BUENOS AIRES
“Despaisamento” (tradução livre do francês “dépaysement”) significa mudar de ambiente, provocar a ruptura com o cotidiano ou ainda colocar um indivíduo em um país de hábitos diferentes. Quando o despaisamento é voluntário e procurado, o viajante recebe informações novas e sua mente, ocupada até então com as tramas usuais, tende ao relaxamento. Segundo meus cálculos de viajólogo, é necessário um mínimo de duas noites – três dias – em um lugar fora do habitual para que os primeiros benefícios do despaisamento possam ser absorvidos. Ou seja, basta passar um fim de semana em outro país, falando e ouvindo outra língua, lidando com outra moeda e comendo e bebendo sabores novos para que o despaisamento comece a acontecer.
É óbvio que passar duas semanas entre nômades nas estepes mongóis ou procurar lêmures nas florestas de Madagascar exercem a função de despaisamento de forma ainda mais completa. Não ter acesso a e-mails, não precisar lembrar de uma de suas 37 senhas diferentes para entrar em algum site e não atender telefonemas são indicadores importantes do grau de despaisamento que você procura.
Mas, aqui pertinho de casa, sem trocar de continente, você pode ter um gostinho do despaisamento que busco tanto promover, como parte do currículo da arte e da ciência de viajar, a Viajologia.

Por isso, aqui vai o convite: por que não passar um fim de semana de despaisamento em Buenos Aires? De São Paulo, há inúmeros trajetos diretos à capital argentina; até mesmo do Rio de Janeiro, onde moro, há um voo perfeito para isso. Aproveitando um voo que sai no final da tarde da sexta-feira, a Emirates oferece boas ofertas para chegar a Buenos Aires. A volta acontece às 21:30 do domingo. Aliás, voar nos aviões Boeing 777 da Emirates já faz parte do despaisamento: tanto a decoração com arabescos e o conforto das poltronas como o serviço impecável das comissárias de bordo ornadas com um véu estilizado avisam que você não está mais em território conhecido.
Para ajudar você a programar seu fim de semana – e para os que acham que dois dias completos não são suficientes – aqui vão sete dicas do que você pode fazer.
1. Perambule pelas ruelas de pedestres de La Boca e passe pelo famoso Caminito.

As casas são construídas apenas com placas de metal, mas suas cores vivas e chamativas dão um charme adicional ao bairro (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)

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O Caminito é uma rua de pedestres onde a arte está presente em todos os cantos. A ruela inspirou o famoso tango “Caminito”, criado em 1926 (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)
2.  Mesmo não sendo fã de futebol, conheça a Bombonera, o estádio do Boca Juniors.

O estádio azul e amarelo foi construído entre as casas do bairro La Boca e, por fora, parece um antiga caixa de bombom (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)
3. Visite o túmulo de Evita Peron, a musa da política argentina, no cemitério de La Recoleta.

Maria Eva Duarte de Perón foi a segunda esposa do presidente argentino Juan Perón e continua sendo um mito no país (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)
4. Passe pela Praça de Maio e veja a Casa Rosada, centro do governo do país.

A tradicional sede do governo, com sua cor tradicional, começou a ser construída em 1882 (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA )
5. Fotografe o Obelisco, erguido em 1936 para comemorar o Quarto Centenário da cidade.

O Obelisco de 67,5 metros de altura, entre as avenidas Corrientes e Nove de Julho, é o principal ícone de Buenos Aires (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)
6. Adquira um postal do argentino mais famoso, o Papa Francisco, e coma alfajores na rua Florida.

Uma das inúmeras vendedoras ambulantes de Buenos Aires oferece dezenas de cartões e santinhos com a figura do Papa Francisco, na esquina da Calle Florida (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)
7. Assista uma ópera no Teatro Colón – ou, pelo menos, visite o interior do teatro mais belo do país.

O Teatro Colón é uma das três melhores casas de ópera do mundo. Neste novembro apresenta Elektra e Madame Butterfly (Foto: © Haroldo Castro / ÉPOCA)

Na semana que vem, um passeio por Puerto Madero, o bairro revigorado que tornou-se o mais caro da capital.

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