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30 de março de 2015


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Em nova novela, Tatá Werneck será

 roubada por gangue e ficará rica


Bruna Marquezine, que interpreta Marizete, e Tatá Werneck, que vive Pandora, durante as gravações da novela em Nova York (Foto: Rede Globo)

Autor da próxima novela das 19h da Globo, I Love Paraisópolis, Alcides Nogueira sempre achou interessante a dualidade entre a favela que dá nome à trama e o rico e vizinho bairro do Morumbi, uma das regiões mais abastadas da capital paulistana. "Quero levar para a TV essa diversidade cultural e a troca de vivências que existe entre eles, algo que acontece em diversas outras comunidades do Brasil", conta ele sobre a trama, que estreia em maio. As duas protagonistas, Marizete, interpretada por Bruna Marquezine, e Pandora, vivida por Tatá Werneck, virão de Paraisópolis. "Mari e Danda são melhores amigas, criadas juntas por Eva (Soraya Ravenle). Amigas-irmãs, elas são inseparáveis e se completam. Veremos a luta dessas duas garotas para alcançarem seus sonhos". Logo no início da novela, que estreia em maio, elas vão tentar a vida em Nova York, onde serão roubadas por uma gangue de nigerianos. A personagem de Tatá vai se envolver com a máfia e ficar rica e a de Bruna voltará à favela. Seu coração será disputado pelo todo-poderoso desmanchador de carros Grego (Caio Castro) e o arquiteto boa-praça Benjamin (Maurício Destri), que faz projetos voltados para a comunidade. Alcides Nogueira bateu um papo com a coluna e revelou detalhes sobre a nova novela:
De 1977, quando escreveu sua primeira peça, A Farsa da Noiva Bombardeada, que lhe rendeu problemas com a Censura, para cá, o que mudou no seu ofício?
Eu não me intimidei com a censura, tanto que, no ano seguinte (1978), já estava com uma nova peça em cartaz, e continuei a usar a arma que possuía: o meu discurso cênico. Hoje, as dificuldades maiores são outras... Que o digam os jovens autores de teatro, que têm muita dificuldade para encontrar patrocínio para seus textos.
O mercado da teledramaturgia passou por uma grande mudança, com a entrada de novos autores. Como vê essa renovação?
Essa renovação é um movimento natural e saudável, muito saudável... Há que se injetar sangue novo na teledramaturgia! E o trabalho em parceria para mim é sempre muito prazeroso – seja assinando um projeto com outra pessoa, como aconteceu com Gilberto Braga, Maria Adelaide Amaral, ou Geraldo Carneiro, ou com colaboradores -sempre tive a sorte de contar com ótimas equipes. Agora, em 'I Love Paraisópolis', Mario Teixeira e eu estamos com Jackie Vellego, Paulo Lins, Tarcísio Lara Puiati e Vitor de Oliveira - todos muito talentosos! Como colaborador, aprendi muito com Silvio de Abreu, Lauro César Muniz, Gilberto Braga, e Walter Negrão. Atualmente eu trabalho com Mario em ‘I Love Paraisópolis’, e não poderia estar mais feliz. Ele é um excelente autor, possui muita experiência na escrita para a televisão, é muito culto e antenado, fora ser excepcionalmente criativo. Minha admiração por ele transcende a criação: Mario é um ser humano da maior qualidade. Ele já tinha feito parte da minha equipe em 'Ciranda de Pedra'. Foi meu verdadeiro braço direito. Depois, trabalhamos em muitas sinopses. A melhor definição para o que fazemos é parceria: nós nos completamos na criação, temos uma ótima troca e estamos desenvolvendo um projeto no qual acreditamos muito.
O autor Alcides Nogueira desmente Tatá Werneck tenha pedido para trocar de papel com Bruna Marquezine antes do início das gravações (Foto: Rede Globo)

Acha que o formato atual de novela, com 8, 10 meses de capítulos diários, as vezes com mais de 1h de duração, está com os dias contados?
Talvez.. Uma das características da televisão é a flexibilidade. Todos os formatos de entretenimento se adaptam ao desenvolvimento tecnológico e social. Ainda existe cinema, rádio, TV, tudo foi criado e se desenvolve década após década para melhor se adaptar à forma do espectador de consumir cultura. As novelas já foram muito curtas, depois longuíssimas, hoje têm esse padrão. O importante é como se conta uma trama, e como o telespectador a recebe. No caso de  'I Love Paraisópolis', trabalhamos com uma história principal, que é a linha mestre da trama, mas teremos varias histórias que começam e se fecham mais ou menos a cada semana. Claro, sempre ligadas ao enredo principal da novela.
Babilônia e Paraisópolis, duas comunidades retratadas na TV. Como vê essa, digamos, tendência, das novelas abordarem as favelas?
As comunidades fazem parte da nossa realidade. Não podem - nem devem - ser ignoradas. Mario e eu já conhecíamos a comunidade e sempre achamos muito interessante a dualidade Morumbi x Paraisópolis. Levar para a tela essa diversidade cultural que habita os dois bairros e a troca de vivências que existe entre eles, algo que acontece em diversas outras comunidades do Brasil todo, foi um passo além nesse interesse que já tínhamos. Para a novela, visitamos Paraisópolis muitas vezes, conversamos com muitas pessoas de lá, conhecemos o Gilson Rodrigues, presidente da união dos moradores, estudamos as características do local, a vivência dos habitantes... Tudo isso nos inspirou a desenvolver nossa trama e tratar Paraisópolis não só como arena dramática, mas como um dos personagens principais dessa história.
O que o público pode esperar da novela?
Uma comédia romântica, repleta de humor, aventura, sem deixar de lado o aspecto humano e a realidade. Os laços de afeto que unem as pessoas. ‘I Love Paraisópolis’ também traz esse olhar para uma das maiores comunidades de São Paulo, que cresce cada dia mais e é uma referência cultural, além de falar da troca que acontece entre Paraisópolis e Morumbi. Como as pessoas transitam entre esses dois universos.
"‘I Love Paraisópolis’ traz um olhar para uma das maiores comunidades de São Paulo, que cresce cada dia mais e é uma referência cultural", diz o autor Alcides Nogueira (Foto: Rede Globo)

O que pode adiantar da Marizete, personagem da Bruna Marquezine?
Todo o elenco foi escolhido pelos autores, diretores e o Entretenimento da Globo, em uma sintonia muito grande. Queríamos uma dupla de protagonistas, algo que eu e Mario achamos que funciona muito bem: Marizete, interpretada pela Bruna Marquezine, e Pandora, interpretada pela Tatá Werneck. Mari e Danda são melhores amigas, criadas juntas por Eva, vivida pela Soraya Ravenle, e Juju (ex-marido de Eva, interpretado por Alexandre Borges). Danda é filha biológica de Eva e Mari é filha da melhor amiga de Eva, que morre no parto. Eva cria as duas com todo o amor e vê duas mulheres fortes e determinadas se formarem. Amigas-irmãs, são inseparáveis e se completam. Veremos a luta dessas duas garotas para alcançarem seus sonhos. E garantimos que será uma aventura repleta de diversão!
Ficou surpreso quando a Tatá Werneck pediu para não fazer a Marizete e viver a melhor amiga da protagonista?
Wowowow (risos), não recebemos esse pedido. Para nós, sempre foram duas protagonistas jovens. Tínhamos essa vontade de trabalhar com a Bruna e com a Tatá, excelentes atrizes, e desde o início elas aceitaram o desafio de viver Mari e Danda. Estamos muito felizes com o trabalho delas e apostamos que o público vai adorar essa dupla.
Planeja escrever uma trama solo no horário nobre, na faixa 21h?
Meu objetivo é escrever boas histórias, fazer trabalhos dos quais me orgulho e me divirta, independente de pra que formato ou horário. O mais importante é acreditar no projeto que está sendo desenvolvido. Já fui de telecurso até novelas, passando por casos especiais e minisséries. Gostei muito de escrever para as 23h. Geraldo Carneiro e eu inauguramos o horário, com a releitura de O Astro, e fomos bem sucedidos e felizes. Ganhamos até um Emmy

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