Bancada do PSDB deve solicitar audiência pública sobre riscos de anticoncepcionais
Reportagem de ÉPOCA contou histórias de mulheres que tiveram graves complicações de saúde após usar pílulas hormonais
CRISTIANE SEGATTO
A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados deve solicitar, na próxima semana, a realização de uma audiência pública para debater os riscos dos anticoncepcionais hormonais, tema da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana. Se a proposta for aprovada, o debate pode ocorrer em algumas semanas. A iniciativa é da deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP). Na terça-feira (31), ela se reuniu com 13 deputadas para discutir temas de interesse social relativos às mulheres.
Antes da reunião, Mara mostrou a capa da revista à ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e pediu o apoio dela nessa discussão. A ministra pediu à deputada que envie um documento formal à Secretaria e se comprometeu a participar da audiência pública. "Esse é um tema que diz respeito à saúde de todas as brasileiras e, por isso, precisa ser debatido por toda a sociedade”, diz Mara. “É um tema suprapartidário, por isso estou buscando o apoio das ministras do governo federal e de deputadas de todos os partidos.”
A deputada foi procurada no final do ano pelo grupo Vítimas de Anticoncepcionais – Unidas a Favor da Vida, uma comunidade virtual formada por mulheres que sofreram graves efeitos adversos (como trombose venosa profunda, embolia pulmonar e trombose cerebral) depois de usar contraceptivos orais. O grupo reivindica a notificação compulsória das reações graves por parte dos médicos, a correta informação sobre os riscos dos medicamentos às pacientes e a realização de exames que detectam uma condição genética (chamada de trombofilia) que aumenta o risco de trombose em mulheres que usam hormônios.
Mara encaminhou oficialmente questões levantadas pelo grupo ao Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em janeiro, ela recebeu as respostas dos dois órgãos e considerou-as “evasivas”. Há duas semanas, as pacientes protocolaram uma proposta de legislação no portal e-Cidadania, do Senado, para tornar obrigatória a notificação dos casos graves pelos médicos. A proposta será discutida se receber 20 mil assinaturas virtuais até julho.
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