MÚSICA
Brega da saudade: Conde do Brega dribla crise com público fiel
Aos 62 anos, o artista é um solteirão convicto e pai de 15 filhos com 14 mulheres diferentes
Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco
O brega romântico, ou simplesmente brega, é bem representado em Pernambuco desde os anos 1970. Nomes como Leonardo Sullivan, Augusto César, Banda Labaredas e O Conde do Brega representam a música popular que fala de amor e suas variações - relacionamentos, dor de cotovelo e separação. Faixas como Memórias, Escalada, Kelly e A vida é assim? atravessaram gerações e ajudam os artistas a permanecer no mercado.
As agendas de shows outrora abarrotadas, estão mais escassas e os cantores do "brega das antigas" têm disputado no mercado, investindo em repertórios nostálgicos. O Viver ouviu alguns dos principais nomes do gênero e publica uma série de perfis com novidades, a começar por Ivanildo Marques da Silva, de 62 anos.
O Conde do Brega conquistou o "título de nobreza" ainda na infância, graças aos avós maternos. Ele tinha uma irmã gêmea, e os dois nasceram com cabelos e olhos claros. "Meus avós eram caboclos. Achavam que a gente era 'importante', éramos diferentes dos outros netos e por isso veio esse nome. Pegou o apelido", relembra. A irmã, chamada Ivanilda, faleceu ainda criança, aos quatro anos. "Hoje acredito que ela é meu guia, meu anjo da guarda", conta.
Confira o roteiro de shows no Divirta-se
Aos 62 anos, ele é um solteirão convicto e pai de 15 filhos com 14 mulheres diferentes. São quatro filhos homens e 11 mulheres. A mais velha passou dos 40 anos, enquanto a caçula completou 4 anos. Ele nunca casou e diz que o matrimônio 'não é sua praia'. Dono de hinos como Não devo nada a ninguém e A vida é assim,verdadeiras odes à boemia, o Conde segue a risca a ideia contida nas letras. "Namorada tenho muitas, mas só faço 'ficar'. Sempre tive medo de casar. É uma responsabilidade grande dizer sim diante do padre e dos santos. Nunca me comprometi com Deus para não decepcioná-lo", justifica. Este ano, O Conde vai lançar o nono disco da carreira e aposta na faixa Na minha vida mando eu, de Robson Ricardo, mesmo compositor do hit Não devo nada a ninguém.
Nascido e criado no bairro da Mustardinha, o artista começou a carreira ainda adolescente, tocando guitarra na banda do pai, Antônio. "Era um tipo de 'Severino', quando faltava alguém eu cobria", relembra. Em 1999, deu início ao projeto O Conde e a Banda Só Brega. O principais hit da carreira é Não devo nada a ninguém, de Robson Ricardo, depois vieram outros como A vida é assim, Aja fama e Pensando em você.
"Para mim não mudou nada. A agenda é a mesma. A venda de discos deixou de ser em lojas e passou a ser nos shows. O público é o mesmo", desconversa. "Faço questão de preservar o estilo, esse é meu ganha pão. O que é bom a gente não deve esquecer".
ENTREVISTA CONDE DO BREGA // cantor
O que acha das letras dos bregas atuais?
Hoje em dia tem gosto para tudo. Gosto de música que tenha letra. Não concordo as que vulgarizam a figura da mulher. Mulher não é para ser desrespeitada. É para ser elogiada a cada momento. Todas as minhas músicas são inspiradas em mulheres. Nunca me baseei neste lado vulgar.
Como está o mercado do brega atual?
Hoje em dia está muito difícil. Poucas bandas daquela época sobreviveram. Os grupos que tinham futuro, que não sei por qual o motivo, desistiram. Teve uma época que só se ouvia pagode, e diminuiu o espaço para o brega. Os outros artistas não aguentaram, acharam por bem sair do mercado. Quando a crise pegou, continuei porque tenho um público fiel que vai aos shows.
Você ainda compõe?
Tenho até preguiça de compor, prefiro pegar música dos outros. Para fazer música me escondo em um lugar silencioso, como se fosse hibernar. Esqueço do mundo e fico ouvindo outras músicas. Pretendo voltar a compor, isso faz parte. Quando uma música fica pronta, a gente acha que aquilo está lavando nossa alma. Mas tem que ter inspiração, que vem de Deus. Quando não estou inspirado, não tem jeito.
Por: Marina Simões - Diario de Pernambuco
Este ano, O Conde vai lançar o nono disco da carreira e aposta na faixa Na minha vida mando eu, de Robson Ricardo, mesmo compositor do hit Não devo nada a ninguém. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.a Press. |
O brega romântico, ou simplesmente brega, é bem representado em Pernambuco desde os anos 1970. Nomes como Leonardo Sullivan, Augusto César, Banda Labaredas e O Conde do Brega representam a música popular que fala de amor e suas variações - relacionamentos, dor de cotovelo e separação. Faixas como Memórias, Escalada, Kelly e A vida é assim? atravessaram gerações e ajudam os artistas a permanecer no mercado.
As agendas de shows outrora abarrotadas, estão mais escassas e os cantores do "brega das antigas" têm disputado no mercado, investindo em repertórios nostálgicos. O Viver ouviu alguns dos principais nomes do gênero e publica uma série de perfis com novidades, a começar por Ivanildo Marques da Silva, de 62 anos.
O Conde do Brega conquistou o "título de nobreza" ainda na infância, graças aos avós maternos. Ele tinha uma irmã gêmea, e os dois nasceram com cabelos e olhos claros. "Meus avós eram caboclos. Achavam que a gente era 'importante', éramos diferentes dos outros netos e por isso veio esse nome. Pegou o apelido", relembra. A irmã, chamada Ivanilda, faleceu ainda criança, aos quatro anos. "Hoje acredito que ela é meu guia, meu anjo da guarda", conta.
Confira o roteiro de shows no Divirta-se
Aos 62 anos, ele é um solteirão convicto e pai de 15 filhos com 14 mulheres diferentes. São quatro filhos homens e 11 mulheres. A mais velha passou dos 40 anos, enquanto a caçula completou 4 anos. Ele nunca casou e diz que o matrimônio 'não é sua praia'. Dono de hinos como Não devo nada a ninguém e A vida é assim,verdadeiras odes à boemia, o Conde segue a risca a ideia contida nas letras. "Namorada tenho muitas, mas só faço 'ficar'. Sempre tive medo de casar. É uma responsabilidade grande dizer sim diante do padre e dos santos. Nunca me comprometi com Deus para não decepcioná-lo", justifica. Este ano, O Conde vai lançar o nono disco da carreira e aposta na faixa Na minha vida mando eu, de Robson Ricardo, mesmo compositor do hit Não devo nada a ninguém.
Nascido e criado no bairro da Mustardinha, o artista começou a carreira ainda adolescente, tocando guitarra na banda do pai, Antônio. "Era um tipo de 'Severino', quando faltava alguém eu cobria", relembra. Em 1999, deu início ao projeto O Conde e a Banda Só Brega. O principais hit da carreira é Não devo nada a ninguém, de Robson Ricardo, depois vieram outros como A vida é assim, Aja fama e Pensando em você.
"Para mim não mudou nada. A agenda é a mesma. A venda de discos deixou de ser em lojas e passou a ser nos shows. O público é o mesmo", desconversa. "Faço questão de preservar o estilo, esse é meu ganha pão. O que é bom a gente não deve esquecer".
Foto: NPA Produção/Divulgação |
O que acha das letras dos bregas atuais?
Hoje em dia tem gosto para tudo. Gosto de música que tenha letra. Não concordo as que vulgarizam a figura da mulher. Mulher não é para ser desrespeitada. É para ser elogiada a cada momento. Todas as minhas músicas são inspiradas em mulheres. Nunca me baseei neste lado vulgar.
Como está o mercado do brega atual?
Hoje em dia está muito difícil. Poucas bandas daquela época sobreviveram. Os grupos que tinham futuro, que não sei por qual o motivo, desistiram. Teve uma época que só se ouvia pagode, e diminuiu o espaço para o brega. Os outros artistas não aguentaram, acharam por bem sair do mercado. Quando a crise pegou, continuei porque tenho um público fiel que vai aos shows.
Você ainda compõe?
Tenho até preguiça de compor, prefiro pegar música dos outros. Para fazer música me escondo em um lugar silencioso, como se fosse hibernar. Esqueço do mundo e fico ouvindo outras músicas. Pretendo voltar a compor, isso faz parte. Quando uma música fica pronta, a gente acha que aquilo está lavando nossa alma. Mas tem que ter inspiração, que vem de Deus. Quando não estou inspirado, não tem jeito.
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