Ao Vivo

15 de abril de 2013

Sem Chorão, Champignon diz: 'Se a gente ficar em casa, morre também'

Ele estreou banda A Banca no 'Altas Horas' nesta quinta e deu entrevista.
Agora vocalista, músico falou após gravação que falta de Chorão é 'horrível'.


Marcão (guitarrista), Thiago Castanho (guitarrista), Serginho Groisman, Champignon (vocalista), Marcelo D2 (que fez participação especial na gravação do 'Altas horas'), Bruno Graveto (baterista), Lena (nova baixista de A Banca)  e Alexandre Abrão (filho de Chorão) (Foto: TV Globo / Reinaldo Marques)Da esquerda: Marcão (guitarrista), Thiago Castanho (guitarrista), Serginho Groisman, Champignon (vocalista), Marcelo D2 (que fez participação especial na gravação do 'Altas horas'), Bruno Graveto (baterista), Lena (nova baixista de A Banca) e Alexandre (filho de Chorão) (Foto: TV Globo / Reinaldo Marques)
"Foi horrível, pela falta do cara", resumiu Champignon ao tratar da primeira apresentação da banda A Banca, que traz ex-integrantes do Charlie Brown Jr mais a baixista Lena. O grupo foi formado pouco mais de um mês depois da morte de Chorão, líder e vocalista do Charlie Brown, no dia 6 de março. A Banca havia acabado de "estrear" nesta quinta-feira (11) ao gravar participação no "Altas Horas", nos estúdios da TV Globo em São Paulo.
Assumindo a função de vocalista e deixando o baixo, Champignon e os companheiros falaram com jornalistas em encontro que sucedeu a gravação do programa. Diziam-se emocionados. O "horrível", segundo o ex-baixista do Charlie Brown, referia-se à ausência de Chorão, e não à recepção da plateia ou a questões técnicas. "A gente quer encarar com o maior otimismo do mundo, que é como ele [Chorão] encarava os problemas dele." Mais tarde, ele comentaria que o resultado da estreia foi "bacana".
"Charlie Brown não existe sem o Chorão. A Banca foi uma ideia do Champignon", acresscentou Thiago Castanho, guitarrista do grupo. A Banca contará com a nova baixista Lena e com Champignon nos vocais, além de Marcão (guitarra), Thiago Castanho (guitarra) e Bruno Graveto (baterista).
Champignon afirmou: "O Charlie Brown não deixou de ser a nossa banda. Só que agora é A Banca do Charlie Brown". Sobre possíveis críticas por ter voltado à ativa precocemente, Champignon respondeu: "Se a gente ficar em casa, a gente morre também". O guitarrista Castanho completou: "A gente tem 20, 25 famílias que dependem disso aqui", citando ainda as mulheres e filhos dos integrantes e da equipe da banda
Sobre material novo, o guitarrista Marcão indicou: "Tem previsão de lançar no final do ano ou começo do ano que vem. A gente já tem algumas ideias. A gente carrega o DNA do Charlie Brown Jr, só que agora com outro formato". Uma diferença fundamental entre o Charlie Brown Jr e A Banca é que a nova banda traz uma mulher.
Lena, baixista de A Banca (Foto: TV Globo / Reinaldo Marques)Lena, baixista de A Banca
(Foto: TV Globo / Reinaldo Marques)
Nova baixista
Além de músicos convidados, o "Altas Horas" em tributo a Chorão teve participação do filho do cantor, Alexandre. Um dos momentos de maior emoção ocorreu quando, durante uma interrupção das gravações, Champignon e Marcão começaram a improvisar uma versão de "Lugar ao sol", sucesso do Charlie Brown Jr. Bruno Graveto logo se juntou aos companheiros de banda e o próprio Alexandre passou a cantar, sem microfone, os versos da música. A plateia correspondeu e prosseguiu com a canção até o fim. Também presente no estúdio, a mãe de Alexandre e primeira mulher de Chorão, Thais Lima, chorou bastante. Mais tarde, o apresentador Serginho Groisman perguntou a Thaís sobre a época em que ficou grávida. "Eu tinha 19 anos. [Foi uma] gravidez de dois adolescentes." Segundo ela, o casamento com Chorão durou um ano.
Ainda durante a gravação do "Altas Horas" em tributo a Chorão, Lena foi perguntada por uma pessoa da plateia sobre como estava se sentindo ao fazer parte de A Banca. "[Estou me sentidon ainda] Como fã. Não é normal estar tocando com esses caras", ela respondeu. Mais tarde, no encontro com a imprensa, Champignon comentou o assunto. "Depois que o Chorão morreu, a gente ficou abalado, em choque. Cinco semanas sem tocar, pensando em prosseguir sem o cara. A gente queria voltar logo para a estrada." Ele diz que o fato de ter se lembrado da Lena e de ela ter topado entrar para a banda e se entrosado garantiu que eles conseguissem reiniciar as atividades.
Champignon brincou sobre o jeito que Lena toca: "Eu a via tocar desde 1999, 2000. Ela fazia parte da cena musical de Santos". E fez uma comparação entre o seu próprio estilo e o da nova companheira. "Aqui é dedo de pedreiro", falou sobre si próprio. "Tinha que ser alguém de responsa. E por incrível que pareça, é uma menina", afirmou ele, reforçando um elogio já feito na gravação. "Eu sabia que ela podia dar o peso que essa banda merece".
Primeiro show
No dia 4 de maio a banda faz seu primeiro show, em Lorena (SP), segundo a assessoria de imprensa de A Banca. Champignon complementou:"A gente vai fazer uma turnê em homenagem ao Chorão e ao Charlie Brown Jr. Até o final do ano deve ter um single, e o disco deve sair em abril." Sobre o fato de a banda tocar músicas do Charlie Brown nos shows, Champignon justificou: "As músicas são nossas também".
Marcão adiantou que "os shows vão contar com participações especiais". A assessora de imprensa mencionou algumas possibilidades, mesmo sem nada acertado: Falcão, d'O Rappa, Di, do NX Zero. e Alexandre, do Natiruts. Na gravação do "Altas horas", A Banca recebeu músicos que cantaram hits do Charlie Brown: Dinho Ouro-Preto ("Tudo que ela gosta de escutar"), Zeca Baleiro ("Proibida pra mim"), Marcelo D2 ("Samba Makossa", originalmente da Nação Zumbi, mas regravada pelo grupo de Chorão) e Negra Li ("Não é sério").
Disco inédito do Charlie Brown
Sobre o último disco do Charlie Brown Jr., que ainda vai ser lançado, Thiago diz: "É um disco de 13 música inéditas. A gente estava no processo de finalização [quando Chorão morreu]. É um CD muito emotivo", explicou ele, citando que Chorão já havia gravado as vozes. "A gente quer lançar o mais rápido possível. No máximo em dois meses, pelo fato de os fãs terem muita curiosidade."
A morte de Chorão, que faria 43 anos em 9 de abril, completou um mês no sábado (6) passado. O cantor foi encontrado em seu apartamento na Rua Morás, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, pelo seu motorista, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A unidade de resgate constatou que ele já estava morto. Na quinta-feira passada (4), o laudo necroscópico da Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluiu que Chorão foi morto por uma overdose de cocaína.

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