Edição 2013 do evento paulistano contará com 900 atrações em 120 palcos; veja o que imperdível e o que pode ser cilada
A 9ª edição da Virada Cultural acontece neste fim de
semana. Evento já consagrado no calendário cultural de São Paulo, a
Virada deste ano contará com 900 atrações em 120 palcos espalhados pela
cidade. Entre as atrações há grandes nomes como Gal Costa, George
Clinton e Raça Negra, mas também artistas pouco conhecidos, como Luê,
Laya Lopes e Passo Torto.
Quem está planejando ir à Virada sabe, por exemplo, que
um dos shows imperdíveis será o de Gal Costa, às 21h de sábado. Mas o
que fazer nas 23 horas em que Gal não estará no palco Júlio Prestes? (é
bom lembrar que a programação tem exatas 24 horas, começa no sábado às
18h e termina no domingo no mesmo horário). Em meio a tantas atrações, é
difícil mesmo saber o que não dá para perder, o que é uma roubada, o
que é bom mas pode virar roubada.
Por isso, o Terra selecionou oito
atrações imperdíveis da Virada e oito roubadas, com a parte da
programação que é melhor evitar e erros que você não deve cometer para
aproveitar o que a programação tem de melhor. Confira:
O que é imperdível:
Raça Negra na Praça da República, às 18h:
sim, o pagode pop dos anos 90 está na moda de novo. E recentemente o
Raça Negra ganhou até um tributo indie feito por um grupo de artistas da
“nova cena paulistana”. Então por que não ouvir o original? Pra ir e
cantar junto refrões consagrados como o de É Tarde Demais: “você jogou fora, o amor que eu te dei, o sonho que sonhei, isso não se faz...”.
Gal Costa no palco Júlio Prestes, às 21h: essa
é, talvez, a principal atração da Virada Cultural este ano. E
certamente será a mais disputada também. O show deve ser baseado no
álbum Recanto, de 2011, que marcou seu reencontro com o
conterrâneo e parceiro original tropicalista Caetano Veloso. É verdade
que vai estar cheio, que vai ser difícil ficar em um lugar bom e tudo
mais, mas, se tem algum show que vale o esforço, é esse.
Odair José no Teatro Municipal, à 0h: esqueça Eu Vou Tirar Você Deste Lugar e Eu, Você e a Praça. Neste show, Odair José vai reinterpretar o álbum O Filho de José e Maria,
de 1977, que foi censurado pela ditadura na época e lhe rendeu a
alcunha de “o Bob Dylan brasileiro”. Transgressor, o disco não foi um
grande sucesso comercial, mas certamente é um dos melhores do cantor,
mais conhecido pela música brega. Mas atenção: a capacidade do teatro é
de 1,5 mil pessoas e os ingressos começam a ser distribuídos uma hora
antes de cada show. Chegue cedo para garantir o seu.
Mondo Generator no Palco São João, à 0h:
essa é para quem gosta de rock. A Mondo Generator é o projeto solo de
Nick Oliveri, ex-baixista do Kyuss, um dos pilares fundamentais do
stoner rock, e membro fundador do Queens of the Stone Age. Talvez você
não se lembre de nome, mas o músico estampou as manchetes brasileiras à
época do Rock in Rio de 2001, quando foi preso após se apresentar nu
junto ao QOTSA. Na época, ele disse que tinha visto fotos do Carnaval e
que acreditava que o brasileiro era mais desinibido em relação à nudez.
Para ir e conferir se Nick já entendeu que as coisas não são bem assim
por aqui.
Kaoma no palco Largo do Arouche, à 1h:
assim como no ano passado, o palco do Largo do Arouche se destaca pelos
artistas da velha guarda e donos de hits populares. Neste ano, o grande
destaque é Kaoma. Nunca ouviu falar? Impossível. “Chorando se foi, quem
um dia, só me fez chorar...” Sim, são eles os responsáveis por aquelas
lambadas que grudaram no seu ouvido no início dos anos 90. Antes do
Kaoma, às 23h, tem Sidney Magal. E depois, às 3h, tem Luiz Caldas. Ou
seja, dá para perder umas boas horas ali no Arouche.
Geoge Clinton e P-Funk na Praça Júlio Prestes, às 3h: espécie
de líder, curador, apache e pai de santo à frente do grupo P-Funk All
Stars, George Clinton é o maior revolucionário vivo da música funk.
Durante os anos 70, se apresentava com dois grupos, o Parliament, de
funk e soul, e o Funkadelic, que fundia esses dois gêneros com rock
psicodélico. O coletivo recebeu o nome de P-Funk e, em suas
apresentações atuais, Clinton resgata o que foi feito de melhor com essa
“dupla personalidade”, em uma experiência verdadeiramente alucinante.
Felipe Cordeiro no palco Largo do Arouche, às 15h:
é um dos principais nomes da nova música paraense. Esqueça, porém, o
tecnobrega e Gaby Amarantos: filho do produtor e guitarrista Manoel
Cordeiro (com quem se apresenta na Virada), Felipe une a tradição da
guitarrada de Mestre Vieira e o carimbó de Pinduca, de forma a ser uma
boa introdução dos gêneros aos leigos. É o típico show para dançar
coladinho com alguém.
Mostra de filmes eróticos no Cine Dom José:
cansou dos shows e das caminhadas entre um palco e outro? Então é hora
de dar uma relaxada em um dos endereços mais clássicos do cinema pornô
em São Paulo, o Cine Dom José, que vai receber a mostra Sessão Pink
Porn. O termo “pink” é atribuído a filmes pornográficos japoneses de
teor softcore, e filmados com um senso estético apurado. Títulos como Os Pornógrafos, de Shohei Imamura, e O Embrião Caça em Segredo (ambos de 1966) serão exibidos ali.
O que é melhor evitar:
Homenagem a Chorão no Palco São João, às 2h:
o espetáculo Chorão Eterno homenageia o vocalista do Charlie Brown Jr.,
morto em março. O ex-baixista Champignon vai subir ao palco como
vocalista, à frente dos ex-membros do CBJ, com a sua nova banda, que
ganhou o nome de A Banca. Vale se você for fã da banda e quiser
prestigiar a homenagem, mas a verdade é que o Charlie Brown não é a
mesma coisa sem Chorão.
Elza Soares e Gaby Amarantos no Palco Júlio Prestes, às 6h:
aqui o problema não é o show, que tem tudo para ser um dos melhores da
programação, mas o horário. Às 6h, é melhor que você já esteja dormindo
para curtir a programação do domingo. Elza e Gaby mereciam um horário
mais “nobre” na programação.
Racionais MC’s na Praça Júlio Prestes, às 15h:
é uma das atrações mais esperadas da Virada Cultural e marca o retorno
do grupo ao evento, depois de seis anos. Por que não ir então? O grupo
de rap tem tudo para fazer um grande show, mas é melhor evitar a atração
se o intuito for fugir de confusão. Na Virada de 2007, houve um
confronto entre público e policiais durante a apresentação do Racionais.
Doze pessoas ficaram feridas, 14 foram presas e dezenas de lojas foram
depredadas, além de uma das entradas do metrô da Sé.
Pista Largo São Franciso: o largo em
frente ao mosteiro vai se tornar uma enorme pista de dança para quem
curte música eletrônica, com atrações nas 24 horas da Virada. Se esse
não é o seu caso, é melhor ficar bem longe dali.
Stand-up comedy na Praça da Sé: o palco
terá apresentações com grandes nomes da comédia e do humor stand-up da
atualidade, como Rafael Cortez e Fábio Silvestre. Mas cá entre nós:
stand-up é coisa para ver sentado em uma mesa tomando um drink. Deixe os
humoristas de lado e vá curtir a música, que é o que a Virada tem de
melhor.
Vinho químico: a bebida, uma mistura
que leva até álcool de uso doméstico e pode matar, é proibida, mas os
ambulantes sempre dão um jeito de burlar a fiscalização. Não caia na
armadilha do preço baixo. Melhor ficar na cerveja ou comprar bebidas em
estabelecimentos confiáveis.
Ir de carro: A Virada é um evento para
curtir a pé. Você vai de uma atração a outra caminhando e sentindo todo
aquele clima de apropriação do centro. Da mesma forma, chegar lá de
carro não é uma boa. Você não vai conseguir estacionamento fácil nem
perto das principais atrações. Então deixe o carro na garagem e
aproveite uma das grandes vantagens da Virada: o metrô aberto a
madrugada inteira.
Levar objetos de valor: como todo
evento de grande porte, a Virada Cultural atrai não apenas gente
interessada em se divertir, mas também gente disposta a cometer pequenos
delitos, como furtos de carteiras e celulares. Então é melhor deixar o
smartphone em casa e sair com pouco dinheiro. Ou ter muito cuidado ao
circular nos palcos mais disputados.
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