CINEMA
Terror à brasileira invade os cinemas
Mar negro e Quando eu era vivo são as novas apostas do gênero
Cena de Mar negro
Petrini Filmes/Divulgação
Com a produção cada dia maior – só no ano passado foram 120 longa-metragens exibidos –, era de se esperar que o cinema brasileiro também ganhasse em diversidade. Em pleno mês dos filmes mais escapistas, a novidade foi o lançamento de dois filmes do gênero terror. Nesta sexta-feira (31/01), uma das principais estreias nacionais é um primoroso exemplar do gênero: Quando eu era vivo, de Marco Dutra, que tem no elenco nomes famosos como Antônio Fagundes, Marat Descartes e a cantora Sandy Leah.Há 15 dias, lançado na surdina em Goiás e Espírito Santo, a vez foi do surpreendente Mar negro, de Rodrigo Aragão, que teve uma sessão ruidosa no VI Janela Internacional de Cinema do Recife, em outubro do ano passado. Feito com pouca grana – cerca de R$ 200 mil – e muito talento, o filme do diretor de Mangue negro e A noite dos chupacabras faz parte da vertente mais antiga do terror brasileiro, aquela que tem o paulista José Mojica Marins, o Zé do Caixão, como seu maior ícone. Em Mar negro, o cineasta faz uma crítica aos maus tratos ao meio-ambiente, com criaturas marinhas que ganham formas dantescas após uma estranha contaminação.
Com outras referências, o paulista Marco Dutra, 33 anos, vem fazendo uma carreira notável no gênero marcado pelo fervor dos fãs. A estética do medo e do desconhecido contaminou o cineasta muito cedo. “Meu pai trazia filmes de terror para eu assistir ainda criança. E onde eu cresci, na Zona Norte de São Paulo, havia muitas locadoras. Na mesma prateleira eu podia escolher filmes das franquias Sexta-feira 13 e A hora do pesadelo (Freddy Krueger) e clássicos de Stanley Kubrick, Roman Polanski e dos italianos Lucio Fulci e Dario Argento”, relembra o cineasta.
Apesar de toda a exposição a filmes mais violentos, o terror professado por Dutra é mais psicológico, como já demonstrou na parceria com Juliana Rojas. Juntos, os colegas de universidade – graduaram-se no curso de cinema da ECA-USP – fizeram uma série de curtas e o longa Trabalhar cansa, que representou o Brasil na Mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes, em 2011. Marco recebeu o convite para dirigir Quando eu era vivo, seu primeiro longa solo, do produtor Rodrigo Teixeira, que detém os direitos de adaptação de vários obras do desenhista/escritor Lourenço Mutarelli. Antes, ele produzira O cheiro do ralo, do pernambucano Heitor Dhália, e Natimorto, de Paulo Machline.
Leia a matéria completa na edição desta sexta-feira (31/01) no Caderno C, do Jornal do Commercio.
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