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Pesquisa desenvolve novas células-tronco com potencial de combater o câncer
Caso os cientistas consigam replicar em
humanos os resultados obtidos com ratos, as estruturas criadas em
laboratório por japoneses e americanos podem trazer grandes avanços à
medicina. Além de enfrentar tumores, será possível regenerar órgãos
lesionados
Paloma Oliveto - Correio Braziliense
Paloma Oliveto - Correio Braziliense
Recebida com
entusiasmo no meio científico, a pesquisa que mostrou a possibilidade de
se cultivar células-tronco embrionárias sem embrião nem engenharia
genética ainda não está pronta para se reverter em benefícios para
humanos. Contudo, na avaliação de especialistas da área, caso os
pesquisadores consigam replicar em material humano o resultado que
obtiveram com estruturas extraídas de ratos, pacientes cujos órgãos e
tecidos foram lesionados por doenças como câncer serão os principais
candidatos a usufruir da técnica. Outra aplicação importante, segundo os
autores de dois artigos sobre o tema publicados na revista Nature, será
o estudo dos fatores que levam ao desenvolvimento de tumores malignos.
Desenvolvida
por cientistas japoneses e americanos, a técnica de criação das
chamadas células STAPs consiste no uso de estruturas adultas para a
confecção de qualquer órgão e tecido do corpo. Elas funcionam como as
células-tronco embrionárias, mas não exigem a destruição de um embrião.
Em tese, qualquer célula madura, como a da pele, pode ser utilizada.
Além
de evitar a polêmica causada pelas células-tronco embrionárias, as
STAPs são um método mais simples e seguro que as pluripotentes induzidas
(iPS). Essas últimas foram anunciadas em 2006 também por cientistas
japoneses, liderados por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, que
recebeu o Nobel da Medicina em 2012 pelo trabalho. As iPS foram um
avanço em relação às embrionárias porque, assim como as STAPs, podem ser
geradas a partir de células adultas. Para tanto, porém, é preciso
reprogramá-las, enviando um vírus ao seu núcleo, que faz com que essas
estruturas voltem ao estágio inicial. A partir daí, cultivadas em um
meio propício em laboratório, elas se transformam em qualquer tecido do
corpo.
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