Ao Vivo

1 de agosto de 2014

Qual candidato representa você?

De olho nas ruas, os três principais candidatos adotam o discurso da mudança. As pesquisas mostram que a eleição de outubro será bem mais equilibrada
do que se pensava

DIEGO ESCOSTEGUY, COM ALINE RIBEIRO
Caricaturas (Foto: Lézio Junior)
 
O dia 5 de outubro de 2014 começou cedo. Começou em junho de 2013, quando os brasileiros, antes de ir à urna, resolveram passar primeiro na rua. Num fenômeno tão surpreendente e súbito quanto tectônico, mais de 1 milhão de brasileiros, distribuídos por 388 cidades, redescobriu, após décadas de letargia, que política não se faz apenas no dia da eleição. Não se faz apenas sozinho, com o voto. Faz-se também com os outros, usando a voz, o corpo e as emoções compartilhadas na multidão. As demandas eram variadas, e os gritos difusos. Mas a mensagem, uma só: isto que aí está – a política tradicional – não nos representa. Eram protestos contra tudo e contra todos, resultado de insatisfação, raiva, angústia, sentimentos acumulados em anos e anos. Aqueles dias de junho desnudaram uma crise até então silenciosa. Havia uma ruptura entre eleitores e eleitos, na essência da democracia. O dia que começou em junho definirá as eleições que acabam em outubro, sob o signo da mudança que o Brasil pede. Os três principais candidatos à Presidência tentarão se apresentar como o novo, em contraponto ao velho, aos vícios da política que o brasileiro tão bem conhece.

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Esse desejo de mudança aparece em todas as pesquisas. Há um mês, 74% dos entrevistados pelo Datafolha disseram querer mudanças nos rumos do país. Em agosto de 2013, o Ibope detectou que a confiança dos brasileiros nas instituições caíra 7 pontos em relação a 2012. A pior queda foi na confiança na presidente da República, de 63 para 42 pontos, numa escala de 0 a 100. O governo federal também registrou queda expressiva, de 53 para 41. As instituições que registram o pior índice são os partidos políticos (de 29 para 25 pontos) e o Congresso (de 36 para 29 pontos). Um histórico dos últimos 25 anos, levantado pelo Datafolha, mostra que a soma entre os eleitores que pretendem votar em branco, nulo ou estão indecisos nunca foi tão alta a essa altura da disputa presidencial. Na eleição de 2002, em maio, não atingia 10%. Em maio deste ano, bateu os 24% e, na pesquisa divulgada na última quinta-feira, acumulou 27%. O número médio de indecisos desde 1989 era de 9% nas pesquisas. Nesta semana, chegou a 14%. A mesma pesquisa mostrou que as eleições de 2014 serão bem mais disputadas do que se imaginava. Há um ano, Dilma Rousseff parecia caminhar para uma vitória tranquila, talvez até no primeiro turno. Agora, a série histórica mostra que um segundo turno é mais provável (leia os quadros abaixo). Num segundo turno, a briga pode ser duríssima. Na pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira, 17 de julho, Dilma Rousseff aparece em situação de empate técnico com Aécio Neves numa das simulações de segundo turno. Em outra simulação, envolvendo Dilma e Eduardo Campos, a diferença é de 7 pontos percentuais – nunca foi tão pequena desde que começaram as pesquisas. Espera-se uma campanha cheia de emoções, lances dramáticos e eventuais golpes sujos. Com um complicador. Antes de 5 de outubro de 2014, houve junho de 2013. E cada candidato terá de provar que, mais que os outros, entendeu o sentimento das ruas.

“NOVA RELAÇÃO” O candidato tucano Aécio Neves. Ele diz que quer estabelecer com o eleitor um diálogo franco sobre  o que o governo pode  ou não pode fazer (Foto: Luiz Costa/Hoje em Dia/Folhapress)
Falar do novo e de mudança passou a ser obrigatório. Isso ainda em 2013. No pronunciamento sobre os protestos na TV, no dia 21 de junho, Dilma disse: “Brasileiras e brasileiros, precisamos oxigenar nosso velho sistema político”. O site não oficial da campanha de Dilma se chama Muda Mais. O programa de governo apresentado por ela tem como título o slogan: “Mais mudanças, mais futuro”. Com 25 páginas, é dividido em três partes: “Os 12 anos que transformaram o Brasil”, “Grandes mudanças, o ponto de partida para mais transformações” e “Um novo ciclo histórico”. As palavras “novo” e “nova” aparecem, somadas, 41 vezes. “Mudar” e “mudança”, 28. É curioso que justamente a força no poder há três mandatos fale mais de mudança.
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Esse passou a ser o tom também de suas entrevistas e discursos. Em entrevista à Al Jazeera, Dilma repetiu quase literalmente um pedaço do texto de seu programa de governo. “Agora, nós temos tomado todas as medidas para entrar num novo ciclo. Qual é o novo ciclo? Temos de melhorar a produtividade da economia brasileira”, disse. Em maio, ela começou seu pronunciamento pelo Dia do Trabalho dizendo: “Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média”.

Campos, como candidato, articula o discurso do novo. A mudança se tornou o elemento central de sua candidatura assim que, em novembro do ano passado, Marina Silva tentou mudar o curso destas eleições. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negara o registro da Rede, partido que Marina criava precisamente para mudar o jeito de fazer política no Brasil. Convencida de que o PT estava por trás da decisão do TSE, Marina ofereceu a Campos seus 20 milhões de votos, conquistados em 2010. Juntos, uniriam o país em torno de uma chapa que, acreditavam, o país queria: Campos como candidato; Marina como vice. Dois ex-ministros de Lula unidos para vencer o PT. Era o lance inesperado. Era o novo. Ou parecia ser.
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“Marina e eu estamos prontos para debater a política que o Brasil precisa”, diz Campos. “O Brasil precisa de uma nova agenda. Hoje, a agenda é só dos políticos, do governo do conchavo, não do governo por objetivo. A agenda da população, que reúna o que as pessoas querem e precisam, não está pautada em Brasília. Nem será, enquanto se optar pela velha política. Dilma e Aécio são a opção pela velha política.” Campos usa a palavra “energia” para se referir ao sentimento de mudança de junho de 2013. “Todas as vezes em que essa energia passou, o Brasil mudou”, diz ele. Cita como exemplos a redemocratização e o impeachment de Collor.

“MUDA MAIS” A presidente Dilma Rousseff entrega a taça da Copa do Mundo ao alemão Lahm. O site  de sua campanha se chama Muda Mais, e as palavras “novo” e “nova” aparecem 41 vezes no programa de governo (Foto: Clive Rose/Getty Images)
Campos diz estar ciente dos riscos populistas que as palavras “mudança” e “novo” implicam. “Não nego a política. Seria um discurso oportunista. Mas a política brasileira tem de ser revista. Todos nós (políticos) temos falhas e devemos melhorar. Reconhecer que há um muro entre nós e os brasileiros.” Ele tem convicção de que qualquer mudança substantiva precisa começar pelo centro do poder. “Só muda por Brasília, pelo topo. Quem mantém as raposas e as oligarquias, com as deformações históricas que elas trazem? A participação espúria nas dezenas de ministérios? Só se resolve com exemplo – e com exemplo de cima. Não troco um ministro por um minuto de eleição (alusão a Dilma, que recentemente deu um ministério ao PR). Troco um ministro se ele não for competente e honesto. Se você tem atitudes como essa, que mensagem passa? De que o conchavo e a politicagem é que determinam os rumos do governo.”
O discurso de Campos tenta esconder que, nos últimos meses, sua candidatura esbarrou em dificuldades práticas. Seu partido, o PSB, lida com uma equação complexa. De um lado, corteja os eleitores desencantados com a política tradicional – para isso, precisa se afastar das velhas lideranças. De outro lado, tem de fazer alianças regionais para que a candidatura decole. Mais do que isso: alianças que mostrem, claramente, que Campos deixou de ser um apoiador para se tornar opositor do governo federal. Os casos da Bahia e do Rio Grande do Sul – os dois maiores colégios eleitorais brasileiros fora do Sudeste – ilustram essas dificuldades. Na Bahia, Campos esteve próximo de fechar aliança com o forte PMDB local,  cujo candidato ao governo era o deputado Geddel Vieira Lima. Enfrentou a resistência de Marina, que considerava Geddel “velha política”. Enquanto Campos hesitava, Aécio fechou uma costura de mestre. Fomentou a união entre Geddel e ACM Neto, do DEM – e ambos apoiarão Aécio. No Rio Grande do Sul, Campos flertou com Ana Amélia Lemos, do PP. Marina também a considerou conservadora. Com isso, Ana Amélia fechou uma coligação com Aécio.

Nas últimas décadas, todos disseram que fariam diferente. Mesmo que se queira, é possível fazer diferente?
O discurso de Campos soa incoerente com sua trajetória política – a não ser que se acredite que ele, para fazer as mudanças que prega, tenha mudado também. Campos sempre se comportou com um político tradicional. Tem o pé no chão da tradição política nordestina. Sua entrada no ramo foi facilitada por ser neto de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco. Campos nunca trabalhou em algo que não fosse a própria política. Como ministro do governo Lula, em 2005, deixou o gabinete e reassumiu a cadeira na Câmara. Atuou para tentar evitar a criação da CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão. Eleito governador, apresentou uma lei contra o nepotismo, mas empregou 20 parentes seus e da mulher no governo. Atraiu o apoio de toda a Assembleia Legislativa. Asfixiou os adversários no Estado – a ponto de o senador Jarbas Vasconcelos ter sido obrigado a aderir. Em 2011, telefonou a dezenas de parlamentares para pedir votos para indicar a mãe, Ana Arraes, como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), órgão encarregado de examinar as contas do governo federal. Conseguiu.
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O novo também está presente no discurso de Aécio. “Meu governo será pautado pela verdade e pela eficiência”, diz ele. “Verdade significa manter um diálogo franco com a sociedade, tanto sobre o que o governo pode fazer quanto sobre aquilo que o governo não consegue fazer. As pessoas precisam entender que o governo não pode tudo. Vivemos numa federação, em que a responsabilidade é dividida entre o governo federal, governos estaduais e municípios.” Para Aécio, Dilma e o PT vendem ao brasileiro a ideia de que o governo federal é onipotente – apenas quando isso lhes interessa. “O presidente precisa ser honesto e dizer o que pode ser feito e o que não pode. Dilma não faz isso. A queda dela nas pesquisas é obra dela mesmo. Paga o preço por seus equívocos e sua soberba.”

“O BRASIL MUDOU” Eduardo Campos em campanha. “Todas  as vezes em que a energia da mudança passou, o Brasil mudou”, diz ele. E cita o impeachment  de Fernando Collor (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
O novo, para Aécio, também está na eficiência. O velho, portanto, é o que ele aponta como ineficiência no governo petista. “Não existe nada mais caro que obras inacabadas. Custaram dinheiro e para nada servem. Este governo está repleto delas, como a transposição do Rio São Francisco e o trem-bala. Esse tipo de desperdício leva o cidadão ao desencanto com a política.” Segundo Aécio, a causa da ineficiência está na antiga prática de lotear politicamente os cargos do governo, de modo a assegurar apoio de dezenas de partidos. “A face mais perversa do aparelhamento é a ineficiência. A corrupção se mistura a ela. O padrão do governo petista é este: atraso nos programas e atraso na política. Não é aceitável, não pode ser visto como normal.”
Na campanha, Aécio diz que proporá uma “nova relação política” com o eleitor. “Quero contrapor o aparelhamento à meritocracia, do governo sem rumo com um governo com metas, estratégia, como fiz em Minas”, diz. “Estou preparado para o debate. Minha campanha será construída em três pilares: quem sou, o que fiz e o que pretendo. A população poderá perceber as diferenças entre mim e Dilma e Eduardo. Elas ficarão bem claras.” Aécio parece ansioso para a campanha esquentar: “Estou muito à vontade, porque não falo as coisas da boca para fora. Defendo minhas convicções e ofereço um outro caminho para o Brasil. Não sei qual será o resultado, mas o Brasil sairá melhor desse debate”.
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Como no caso de Campos, a “nova relação política” que Aécio promete precisa ser interpretada à luz de seu passado. Aécio é, antes de tudo, um conciliador. Quando foi presidente da Câmara, durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, essa característica mostrou-se uma virtude. Permitiu que ele suavizasse conflitos entre governo e oposição e negociasse votações importantes. Mas, para liderar uma mudança profunda no modo de fazer política em Brasília, uma mudança que enfrentará a resistência de quem manda hoje no Congresso, seria a conciliação uma virtude ou um defeito? Será Aécio capaz de convencer os próceres do PMDB, partido mais poderoso do país, a acompanhá-lo nessa “nova relação política”? Para Aécio, isso é possível. Para Campos, o PMDB lidera o atraso. Em Brasília, ninguém duvida do talento de Aécio, mas é difícil convencer a turma do PMDB a fazer algo que ela não queira. E também mimetizar, na imensa burocracia brasiliense, o “choque de gestão” que ele deu em Minas.

Gráfico (Foto: Reprodução)
Aécio é um dos mais tradicionais políticos mineiros. E dos mais tradicionais. Tradição combina com mudança? Aécio foi levado da faculdade para a política pelo avô, o ex-presidente eleito Tancredo Neves, que fez dele seu secretário particular. Tancredo foi um político fundamental para a transição da ditadura à democracia. Aécio, o neto, ainda não enfrentou uma circunstância histórica que o provasse. Anos antes, à frente do governo de Minas, conseguiu deixar a oposição sem espaço, como Campos. Governou sem ser incomodado ou notado pela imprensa nacional. Dois de seus aliados, os tucanos Pimenta da Veiga e Eduardo Azeredo, foram denunciados por participar do esquema de caixa dois na campanha eleitoral de 1998, pilotado pelo empresário Marcos Valério – o mesmo que, anos depois, operou o mensalão do PT. “Há uma diferença muito grande entre aquilo que aconteceu no plano federal e os problemas que aconteceram na campanha do então candidato Eduardo Azeredo”, disse. No início do ano, Azeredo renunciou ao mandato de deputado federal para escapar do julgamento no Supremo. “A decisão é de foro íntimo e tem de ser respeitada. Ele se dedicará agora à sua defesa.”

Aécio concentrou suas articulações na política. “Os palanques estão muito bem estruturados. Não tem comparação com José Serra e Alckmin nas eleições presidenciais anteriores”, diz o senador José Agripino (DEM-RN), coordenador nacional da campanha de Aécio. Uma reunião envolvendo todos os coordenadores estaduais da campanha pelo país será realizada nesta semana para definir diretrizes e prioridades. A coordenação nacional quer garantir o envolvimento dos candidatos a deputado de todas as regiões.

A ideia é que sejam realizados vários encontros com segmentos da sociedade. “Médicos, agronegócio, engenheiros, sindicatos. É muito maior o envolvimento de categorias sociais em torno da campanha. Em nenhuma campanha anterior se viu isso”, diz Agripino. “Até o início da propaganda na TV o roteiro é de viagens, com prioridade para São Paulo e Nordeste. Trabalharemos as redes sociais e temos de ter criatividade para criar fatos novos”, diz o deputado federal Marcus Pestana (PSDB), um dos principais interlocutores de Aécio. Além de atrair o PTB, antigo aliado do PT, Aécio criou fissuras nos partidos da base. “Como a política é xadrez, você vai desorganizando as tropas do aliado e ganhando”, afirma Pestana.
Com o final da Copa do Mundo, as eleições de 2014 começam a tomar, aos poucos, o centro das discussões. O desenrolar da campanha dirá se existe espaço para novos atores na política brasileira, para além da polarização entre PT e PSDB que existe desde as eleições de 1994. Nas democracias, a polarização eleitoral, a partir do centro, é a regra. Na maior parte dos países, a disputa se dá entre forças de centro-direita e de centro-esquerda, em cujas órbitas gravitam partidos menores. Inglaterra e Alemanha são exceções. Na Inglaterra, os Liberais são fundamentais para formar as maiorias parlamentares em governos geralmente dominados por Trabalhistas ou Conservadores. Na Alemanha, o Partido Democrático Liberal é a terceira força que disputa as eleições com os Social-Democratas, de centro-esquerda, e os Democratas Cristãos, de centro-direita, atualmente no governo liderados por Angela Merkel. No Brasil posterior à redemocratização, candidatos que tentaram se estabelecer como terceira força não resistiram às eleições seguintes. Foi assim com Leonel Brizola, em 1989, ou Ciro Gomes, em 2002. “No Brasil não há terceira via. Há apenas terceiros colocados, sem forças para prosseguir”, diz o cientista político Cesar Romero Jacob.
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Talvez as características dos partidos brasileiros – e do nosso presidencialismo – dificultem o surgimento dessa terceira força. Os dois partidos principais, PT e PSDB, correm na mesma raia. Eles se dizem social-democratas e se definem como de centro-esquerda. Nasceram da mesma costela. Nos anos 1980, as principais figuras entre petistas e tucanos eram líderes da esquerda paulista. É famosa uma fotografia em que Fernando Henrique e Lula distribuem panfletos na porta de uma montadora. Em 1989, Mário Covas, do PSDB, apoiou Lula, do PT, no segundo turno da eleição presidencial. Por várias vezes estiveram próximos de uma coligação. O namoro acabou em 1994, porque os dois partidos disputavam o mesmo espaço político e os mesmos eleitores. Campos é um ex-apoiador do PT e também se define como social-democrata. O cenário político brasileiro é assim: dois nadadores que se mexem na mesma raia, e o resto da piscina fica vazia. Caberão três? Algum deles conseguirá se estabelecer como mensageiro de uma nova política? A resposta virá em 5 de outubro de 2014, dia que começou em junho de 2013.

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