Cientistas suecos citam Bob Dylan em artigos como parte de aposta
Um grupo de cientistas suecos, fãs de Bob Dylan, começou uma disputa inusitada: aquele que conseguisse citar trechos de música do compositor em trabalhos científicos mais vezes ganharia um almoço. A aposta dura 17 anos
REDAÇÃO ÉPOCA
Na época de faculdade, meus colegas e eu descobrimos um site de
internet chamado “gerador de lero-lero”. Funcionava assim: a partir de
um trecho curto de texto, ele engrossava a prosa adicionando passagens
sem grande sentido, apenas para dar volume. Era ideal para trabalhos
maçantes, longos, e com prazos apertados. Nunca fiz uso do afamado
programa (juro) e tenho dúvidas quanto a sua capacidade de enganar um
professor. Essa história de adicionar lero-lero a um trabalho acadêmico,
no entanto, é quase uma brincadeira de amadores se comparada a uma
aposta firmada por cinco cientistas suecos. Ao longo de 17 anos, desde
1997, os cinco pesquisadores - cientistas do respeitado Instituo
Karolinska, uma das maiores universidadesde medicina na Europa –
incluíram trechos de músicas de Bob Dylan aos seus trabalhos. A ideia
era fazer isso e passar despercebido. Aquele que somasse maior número de
inserções antes de se aposentar seria o vencedor da contenda, e
ganharia um almoço no restaurante local bancado pelos amigos.
>> Como a cantora FKA twigs, namorada de Robert Pattison, reagiu ao racismo nas redes sociais
A aposta começou quando Jon Lundberg e Eddie Wietzberg publicaram um artigo na revista Nature intitulado: “Nitric Oxide and Inflammation: the answer is blowing in the Wind”. A referência era bastante óbvia:>> Como a cantora FKA twigs, namorada de Robert Pattison, reagiu ao racismo nas redes sociais
“Nós dois gostamos bastante do Bob Dylan. Então, quando fomos escrever um artigo sobre a mensuração de gás óxido nitroso no trato respiratório e no intestino...o título surgiu e se encaixou perfeitamente”, Weitzberg afirmou ao site da Universidade.
Anos depois, os dois encontraram um artigo publicado por Jonas Frisén, professor do departamento de biologia molecular, intitulado: Blood on the tracks – a simple twist of fate.
O artigo falava sobre a transformação de células sanguíneas em células nervosas e fora escrito em parceria com Konstantinos Meletis, do departamento de neurociências. Jon Lundberg e Eddie Wietzberg não deixaram barato: enviaram um e-mail para os outros dois pesquisadores propondo a aposta e, de quebra, deram ao seu artigo seguinte o título “The times, they are a-changin”:
As notícias da apostas acabaram se espalhando pelos corredores da universidade e, depois de algum tempo, o grupo ganhou um quinto membro; Kenneth Chien, do departamento de cardiologia. Ele tinha credenciais respeitáveis: mesmo antes de entrar na competição, já tinha um artigo com citações de Dylan em seu nome - Tangled Up in Blue: cardiologia molecular na era pos-molecular
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