Substituta de Deborah Secco em "Irmã Dulce" diz que só quer papéis difíceis
Mariane Zendron
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Há um ano e meio, de férias na Bahia depois de viver a soturna Bethânia, em "Avenida Brasil", a atriz conta que teve um clique que a fez decidir que só queria papeis mais difíceis, como o que tinha acabado de interpretar. "Vinha de contratos longos com a Globo. Uma diretora que eu gosto muito me chamou para uma novela, mas expliquei que estava precisando ficar fora, queria desafios. Ter que me passar pela Nina [personagem de Débora Falabella em 'Avenida Brasil'] foi bem difícil. Acho que foi ali que entendi que queria mais personagens daquele jeito", disse a atriz ao UOL, em entrevista em um hotel, em São Paulo.
Meses depois do estalo, ela recebeu os convites para as séries "A Menina Sem Qualidades", de Felipe Hirsch, e "Sessão de Terapia", de Selton Mello. Provando que a intuição estava certa, ela ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte ) de melhor atriz em televisão pelos dois trabalhos, em 2013.
Entrega
O papel de Irmã Dulce na fase adulta ela divide com Regina Braga, mas diferentemente da veterana, que foi convidada, Bianca teve de passar por testes. "Eu só sabia que eu queria muito esse papel. Dei meu máximo ali, fiquei meses só nisso. Parei tudo. Acho que o [diretor] Vicente [Amorim] percebeu isso. A entrega é o que me move".
Divulgação
Antes de Bianca ser confirmada para o papel, era quase certo que Irmã
Dulce seria interpretada por Deborah Secco, que acabou se desligando do
projeto alegando conflitos de agenda. Sem citar Secco diretamente, o
diretor disse à reportagem que não queria atrizes que estivessem
gravando outras coisas ao mesmo tempo. "É um papel muito complexo, cheio
de nuances, precisava de entrega para que o nível de realismo ficasse
claro", diz ele.Acho que é todo ser humano tem uma dose de fé não importa em quê. Pode ser no Sol, num dia bom. Para mim, a minha profissão é uma religião
Regina e Bianca viveram um mês em Salvador antes do início das filmagens. Nesse período, passaram dias enclausuradas em um convento e caminharam vestindo hábito pela capital baiana. Sem serem reconhecidas, elas foram abordadas por pessoas que acreditavam estar diante de freiras. "Tivemos até que ajudar uma mulher a levar o filho para o hospital. Os carros paravam para atravessarmos. É tudo muito diferente".
Relação com a religião
De família católica, Bianca diz que não era praticante de nenhuma religião quando foi chamada para o filme, mas ela acredita que o projeto está acima disso. "Acho que todo ser humano tem uma dose de fé, não importa em quê. Pode ser no Sol, num dia bom. Para mim, a minha profissão é uma religião".
Nenhum comentário:
Postar um comentário