Dilma pede que empresários não acreditem em "profecias pessimistas"
Bruna Borges
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
- Alan Marques/FolhapressDilma apresenta propostas na área econômica a empresários durante encontro promovido pela CNI
"A pior coisa que pode acontecer quando você precisa enfrentar uma crise é ficar pessimista. Proponho que nós não nos deixemos afetar por essas profecias pessimistas", disse a presidente ao citar as críticas que sofre pelo baixo desempenho da economia brasileira.
Dilma, que foi ao evento acompanhada do Michel Temer (PMDB) e de vários ministros, também disse que indicadores da economia são sensíveis a este pessimismo e podem prejudicar o crescimento do país.
"Eu insisto muito no pessimismo. Por quê? Se vocês olharem as condições que nós enfrentamos a crise no passado, vão ver coisas muito interessantes. Enfrentamos a crise com fundamentos sólidos", reiterou Dilma ao final de sua exposição.
"Vocês sabem que há propostas nas quais BNDES, Banco do Brasil e Caixa deixariam de financiar a indústria. É fato que muitos conspiram aberta e envergonhadamente contra o financiamento público. As críticas se originam dos mesmos que criticam desonerações, compras governamentais e a existência da política industrial", declarou.
"Temos a menor taxa de juro da história recente. Estamos construindo uma base sólida. Entramos num novo ciclo. Esse ciclo que chamamos de produtividade competitiva", afirmou. "Temos clareza que temos que reduzir os custos tributários para nos tornar competitivos."
Sobre a área trabalhista, Dilma defendeu a conciliação entre empregados e empregadores. "Eu acho que judicialização em qualquer área é perigosa e eleva custos. Sempre que possível devemos simplificar as exigências trabalhistas. Agora, tem certas garantias que a lei deu ao Brasil que ninguém retira, como o 13º salário e férias", disse.
Na sabatina promovida por UOL, "Folha de S.Paulo", Jovem Pan e SBT na última segunda-feira, Dilma já havia criticado os pessimistas. Segundo ela, a expectativa pessimista que houve em relação à Copa se repete com a economia.
Dilma tem sido criticada por diversos setores da economia. Durante a fase de perguntas na sabatina de hoje, um dos empresários chegou a dizer que a indústria do Brasil está sendo "dizimada".
A presidente lidera as intenções de voto nas pesquisas eleitorais com 38%, segundo a ultima pesquisa Ibope.
Já foram sabatinados pela CNI os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Campos foi o primeiro a falar e fez críticas ao governo federal e à política de coalizão, que cede ministérios em troca de apoio.
O tucano Aécio também culpou o governo Dilma pelo baixo desempenho da economia brasileira e afirmou que a administração petista "demonizou as privatizações" por muitos anos. Os dois candidatos prometeram realizar a reforma tributárias, uma das principais demandas dos empresários da indústria.
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