Propina faz campanha de 'Xerife do Rio' chegar ao fim
E mais notícias da campanha eleitoral nesta quarta-feira (30)
BRUNO CALIXTO E MARINA RIBEIRO
1. Após propina do "rei do ônibus", campanha de Bethlem chega ao ponto final
Fim da linha para a tentativa de reeleição do deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Segundo o jornal O Globo,
o deputado já admitiu a aliados que desistiu de concorrer. "Ele vai se
concentrar em esclarecer essa questão e vai suspender a campanha", disse
o secretário-geral do PMDB, Carlos Alberto Muniz. Bethlem foi filmado
pela ex-mulher, Vanessa Felippe, contando detalhes sobre como recebia
propina na Prefeitura do Rio. ÉPOCA divulgou
a denúncia com exclusividade. Bethlem conta que desembolsava até R$ 85
mil por mês, pagava a pensão para Vanessa, de R$ 20 mil, em espécie, e
em um dos vídeos admite ter viajado para a Suíça para abrir uma conta no
exterior. Uma segunda gravação
sugere ainda que ele recebeu propina do empresário Jacob Barata,
conhecido como o "rei do ônibus". Para o PMDB, abandonar a campanha não é
suficiente. O partido quer que Bethlem renuncie ao cargo, e está
pressionando para isso. Segundo a Folha, no entanto, há o temor de que ele abra a boca - e faça acusações contra aliados.A campanha de Aécio Neves (PSDB) reconheceu que o tucano usou o aeroporto de R$ 14 milhões que foi construído em Minas em um terreno de um tio-avô do candidato. Segundo o Estadão, a equipe de Aécio preparou um documento para provar que não houve ilegalidade na utilização. O texto cita uma norma da Anac que permite pousos ocasionais mesmo em locais que não foram homologados. O próprio Aécio, no entanto, se recusa a comentar. O presidenciável participou de um debate com empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e desconversou. "Todos os investimentos do meu governo foram feitos dentro da lei, com absoluto planejamento", disse.
3. Tucano quer mesmo é falar de economia
Se o candidato tucano à Presidência se recusa a comentar o escândalo do aeroporto, já sobre a economia ele tem muito a dizer. Aécio aproveitou o debate na CNI para criticar a forma como o atual governo conduz a economia. Segundo o Último Segundo, Aécio disse que o Brasil vive um momento de estagflação - alta inflação e estagnação econômica ao mesmo tempo. Ele prometeu simplificar o sistema de impostos como forma de aumentar a competitividade das empresas brasileiras, e prometeu mais investimentos. Agora, para investir mais, ele pretende interferir em um dos pilares da política econômica atual, o superávit primário. Segundo a Folha, Aécio disse que "fará o superavit possível" - ou seja, está disposto a diminuir a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública. Mas sem contabilidade criativa.
4. Eduardo e Marina contra a negociação de ministérios
No Brasil, é comum ver notícias da escolha de ministros e indicação de lideranças em troca de apoio em eleições e aprovação de projetos. Eduardo Campos (PSB) disse que, se for eleito, isso acabará. Segundo o portal G1, durante sabatina da CNI, o candidato disse ainda que não são necessários 39 ministérios nem “são necessários 22 mil cargos comissionados para governar o Brasil”. Marina Silva, sua vice, também criticou os atuais ministros, segundo a Folha de S.Paulo. Resta saber se os congressistas também estão cansados dessa velha forma de fazer política....
5. Candidata diferenciada
Ao extrapolar o tempo para sua exposição inicial durante a sabatina da CNI, a presidente candidata à reeleição mais pareceu sua sátira virtual, Dilma Bolada, e pediu mais prazo por ser “diferenciada”. “Minha situação é diferenciada, porque eu tenho que dizer o que eu fiz, não só o que eu vou fazer. Se eu fiz, eu tenho capacidade de fazer.” Durante sua fala, Dilma Rousseff (PT) defendeu seus quase 40 ministérios e sua conduta na economia, que segundo ela não ficou desorganizada durante a crise internacional, como reporta O Globo.
Podia ser Marco Feliciano (PSC-SP), mas quem disse a frase acima foi o candidato a governador do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), segundo o jornal O Globo. Líder nas pesquisas de intenções de voto, ao lado de Anthony Garotinho (PR), Crivella se manifestou dessa maneira após ser questionado se sancionaria uma lei contra a homofobia, que prevê punição dos estabelecimentos que discriminarem casais do mesmo sexo. Segundo o candidato, ele teme que a lei cerceie o direito de pastores que dizer que “homossexualismo” é pecado. “Porque eu acredito na Bíblia, e esse é o meu direito”. Mesmo com essa linha de raciocínio ainda quer que acreditemos quando diz que nunca deixou sua posição de pastor interferir em sua vida política.
7. Suplicy leva Padilha (literalmente) nas costas
O PT tem se esforçado para levantar os índices de Alexandre Padilha nas pesquisas para o governo de São Paulo. Nesse sentido, não se pode negar que Eduardo Suplicy (PT) está suando a camisa pela causa. Ele tem acompanhado o novato constantemente em eventos e, na tarde desta quarta-feira (30), chegou a carregá-lo nas costas durante caminhada em Carapicuíba, na grande São Paulo.
Aos 73 anos, Suplicy, que concorre ao Senado, disse em entrevista à Folha que ainda se exercita. "Felizmente eu ainda estou em forma". Um vídeo reproduzido pelo Estadão mostra um trecho do discurso que Padilha fez nos ombros do colega:
8. Campanha devagar quase parando
A corrida eleitoral parece não ter deslanchado ainda... e não são só os candidatos que sofrem com isso. No Rio Grande do Sul, o Sindicato das Indústrias Gráficas já projeta uma queda entre 15% a 30% na comercialização de materiais publicitários, em comparação com as eleições de 2010.
Para a entidade, a culpa seria de um distanciamento entre empresariado e candidatos, que não quer se vincular com políticos após escândalos como o do mensalão, como noticiou o Correio do Povo. Os partidos também sentem as dificuldades, como mostrou o Estado de Minas, e tentam contornar a situação fazendo materiais únicos nos Estados para a coligação. Com isso, alguns problemas acabam surgindo, já que as alianças estaduais não são exatamente um bom exemplo de fidelidade...
9. Eleições mais incertas desde 1989
Em 1989, 22 brasileiros concorriam à vaga de presidente da República. O primeiro pleito após a redemocratização foi repleto de surpresas, como a impugnação de Silvio Santos, a descoberta de filhos fora de casamento e o nascimento de um “caçador de marajás”. Desde então, as eleições estavam bem mais previsíveis Até este ano. Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno em 1994 e 1998, Lula passou para o segundo turno com vantagem grande em 2002 e, em 2006, sua reeleição era tida como certa. Mesmo a candidatura de Dilma Rousseff em 2010 era vista com bastante otimismo por causa da aprovação grande do petista.
Em 2014, com a alta rejeição da presidente e o pouco conhecimento de seus adversários, analistas têm dificuldade em prever o resultado. Segundo o portal iG, chances de Dilma vencer variam de 30% a 60%, segundo diferentes projeções. A incerteza afeta o mercado financeiro, já que os investidores não sabem para qual cenário deverão se preparar. Vai ver era isso que o analista do Santander queria dizer...
10. A conspiração da urna eletrônica
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