IBGE diz que cometeu "erros graves" na pesquisa sobre desigualdade
"A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir desculpas a toda sociedade brasileira", disse a presidente do IBGE
REDAÇÃO ÉPOCA, COM ESTADÃO CONTEÚDO
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta
sexta-feira (19) uma errata sobre os resultados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na quinta-feira de manhã.
Segundo o instituto, a pequisa estava errada nos dados de sete Estados:
Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande
do Sul. "A pesquisa continha erros extremamente graves. Nos cabe pedir
desculpas a toda sociedade brasileira", afirmou a presidente do
instituto, Wasmália Bivar.
A pesquisa é feita em todos os Estados e em nove regiões
metropolitanas. Segundo o IBGE, o erro aconteceu nos Estados que têm
mais de uma região metropolitana. Na hora de fazer a expansão da amostra
para toda a população, o instituto utilizou, equivocadamente, a
projeção de população referente a todas as áreas metropolitanas em vez
da projeção de população da região metropolitana na qual está inserida a
capital. Por exemplo, para calcular os dados da cidade de São Paulo,
foi usada uma projeção que também continha os números de Campinas.As maiores alterações ocorreram no índice de Gini, que mede a desigualdade. Antes, o índice de Gini a partir da renda do trabalho apontava um resultado de 0,498 em 2013, contra 0,496 em 2012. Agora, o índice de 2013 foi revisado para 0,495. "Houve desconcentração de renda, ainda que pequena", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
Outra alteração ocorreu no índice de analfabetismo. Os dados divulgados inicialmente mostravam que a taxa de analfabetismo estava em 8,3%. Na verdade, ela é ligeiramente maior, em 8,5%.
Segundo o diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto, não houve interferência política na errata publicada pelo IBGE. A suspeita ocorre porque os dados da desigualdade foram utilizados pelos partidos de oposição durante a campanha eleitoral.
bc
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