Diretor de "Na Quebrada" diz que ser irmão de Huck "ajuda e atrapalha"
Natalia Engler
Do UOL, no Rio
Do UOL, no Rio
Mas o cineasta de 33 anos parece não se incomodar muito em se desassociar do irmão mais famoso, já que escolheu histórias colhidas no Instituto Criar --ONG criada por Huck em 2003 para dar formação na área audiovisual a jovens da periferia-- para inspirar "Na Quebrada", que tem pré-estreia durante o Festival do Rio e chega aos cinemas em 16 de outubro.
Quando você faz uma coisa que dá certo, as pessoas falam: 'Ah, conseguiu porque é irmão do Luciano'. As pessoas tiram o mérito
"Quando você faz uma coisa que dá certo, as pessoas falam: 'Ah, conseguiu porque é irmão do Luciano'. As pessoas tiram o mérito." Por outro lado, abrem-se portas por meio de pessoas que têm carinho pelo apresentador, o que não adianta nada caso não se saiba aproveitar as oportunidades, acredita ele, que cita uma história sobre a empresária, produtora musical e ex-mulher de Caetano Veloso, Paula Lavigne.
"Quando eu fiz o clipe do Caetano para 'Você Não me Ensinou a te Esquecer', a Paula falou: 'Olha, você está fazendo isso aqui porque eu gostei do seu curta, do 'De Morango', porque irmão de amigo meu querendo fazer clipe do Caetano eu tenho centenas'".
Ajuda direta e indireta
No caso de "Na Quebrada", a ajuda de Luciano foi direta --ele é produtor do filme--, mas também indireta, porque Fernando está ligado ao Instituto Criar desde a fundação, tendo inclusive levado os primeiros estagiários da ONG para trabalhar em sua produtora.
"Sou muito apaixonado pelo projeto, porque não só é uma das coisas que meu irmão faz das quais eu tenho mais orgulho, como eu também enxergo um reflexo da minha mãe, do fato de ela ser professora", diz Fernando, contando que a mãe é docente da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) e que a educação sempre foi algo muito presente na vida da família. Além disso, para ele, o projeto também se liga a algo que aprendeu com as entrevistas que fez para "Quebrando o Tabu": "Que um dos principais caminhos para resgatar as pessoas da marginalidade é a educação, principalmente através da arte e da cultura".
Um dos principais caminhos para resgatar as pessoas da marginalidade é a educação, principalmente através da arte e da cultura
Além dessa história do jovem Paulo Eduardo, que é interpretado no filme por Felipe Simas, o longa também segue pelas vielas do Capão Redondo a trajetória de dificuldades dos jovens Joana (Daiana Andrade), Juninho (Jean Luis Amorim), Mônica (Domênica Dias) e Gerson (Jorge Dias) --os dois últimos, filhos do rapper Mano Brown, em sua estreia no cinema.

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