Jovem que confessou ter matado modelo
é condenado a 20 anos de prisão no RS
Do UOL, em Porto Alegre
- Acervo pessoal
Encontrada morta em 2010, a universitária Caren Brum Paim era modelo e representante gaúcha no concurso Miss Itália Nel Mondo
O assassino confesso da jovem Caren Brum Paim, 22, morta em novembro de 2010 na serra do Rio Grande do Sul, foi condenado a 20 anos e três meses de prisão Eduardo Farenzena estava preso desde setembro de 2011. Ele matou Caren, que era modelo e representante de Caxias do Sul no concurso Miss Itália Nel Mondo, enforcada.
Após cerca de 14 horas de julgamento, os sete jurados declararam Farenzena culpado. Para estabelecer a pena, a juíza Milene Fróes Rodrigues Dal Bó fez a dosimetria dos crimes de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A mãe do assassino, Rosmarina Silveira de Oliveira, também foi condenada. Ela deverá prestar um ano de serviços comunitários pela participação na ocultação do corpo de Caren.
Durante o julgamento, Farenzena se manteve calmo mesmo durante às falas do promotor Rodrigo de Oliveira Vieira: "O que Farenzena chama de acidente, o Código Penal dá nome e sobrenome: é homicídio qualificado", declarou o acusador.
Ao mesmo tempo, seus advogados, Ivandro Bitencourt Feijó e Maurício Adami Custódio, trabalharam para reduzir a pena da condenação já tida como irreversível. Eles tentaram convencer os jurados a levarem em conta a atenuante de atitude sob violenta emoção. "Vossas Excelências vão votar, sim, pela condenação, isso é incontestável", argumentou Custódio ao júri.
No final do julgamento, Farenzena pediu a palavra para admitir o crime: "Foi uma reação explosiva combinada com sentimentos. Ela pisoteava no meu coração, ela sabia que estava doente. Eu acabei cometendo esse terrível erro. Como eu me arrependo", declarou.
Os advogados de Farenzena foram procurados pela reportagem para comentarem a decisão, mas não responderam aos telefonemas. Já o defensor público que atuou ao lado de Rosmarina não foi localizado.
O caso
Estudante de engenharia da computação na UCS (Universidade de Caxias do Sul), Caren foi encontrado sem vida no dia 1º de dezembro de 2010, no interior da cidade serrana de Caxias do Sul. Ela estava enrolada em um cobertor e com um fio de fone de ouvido no pescoço, além de diversos hematomas pelo corpo.
Logo a polícia chegou a Farenzena, depois que testemunhas relataram que ele e a vítima haviam discutido em uma festa, no dia 19.
Ao longo das investigações, os policiais descobriram que, no dia de sua morte, Caren foi até a residência do assassino, onde teve início uma discussão. Farenzena esganou amodelo até seu desmaio. Foi então que, com uma gravata, ele pressionou o pescoço de Caren até sua morte.
Após o crime, o jovem telefonou para sua mãe pedindo ajuda. Rosmarina auxiliou o filho a enrolar o corpo em um cobertor e colocar no porta-malas de seu carro. Foi então que ambos se dirigiram até a rodovia BR-453, a Rota do Sol, que liga a serra ao litoral gaúcho, onde o corpo foi abandonado.
Em 3 de dezembro mãe e filho admitiram o crime. Um mês depois, o Ministério Público denunciou Farenzena pelo assassinato e sua mãe por ocultação do cadáver. No dia 28 de janeiro de 2011, o rapaz foi internado a pedido da Justiça no IPF (Instituto Psiquiátrico Forense), em Porto Alegre, para dar seguimento a um tratamento contra o vício em drogas. Ele recebeu alta no dia 28 de fevereiro e ganhou liberdade provisória. Desde então estava preso na Penitenciária Regional de Caxias do Sul à espera do julgamento.
Mas em 15 de setembro de 2011, Farenzena confessou ter matado o padrasto Ivandir da Silva Mairesse, 33 anos, depois de uma briga. Com esse novo crime, a Justiça decretou sua prisão preventiva.

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