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9 de agosto de 2014

Jairzinho: "Levaremos a energia de Jair Rodrigues ao público"

Jair Oliveira, o Jairzinho, e Luciana Mello, filhos de Jair Rodrigues, fazem show com os sucessos do pai no HSBC Brasil, no sábado (9)

LUIZA VAZ
Jair Oliveira e Luciana Mello (Foto: Divulgação)
 
Na véspera do Dia dos Pais, Jair Oliveira, o Jairzinho, e Luciana Mello se apresentarão no HSBC Brasil (Rua Bragança Paulista, 1.281) em mais uma homenagem ao pai deles, o cantor Jair Rodrigues, que morreu em maio deste ano. "Comemoraremos essa data especial com muita alegria e para todos os pais que estarão presentes, tentando levar a energia de Jair Rodrigues para eles", diz a ÉPOCA SÃO PAULO Jairzinho.
O show dos irmãos terá a participação especial de Pedro Mariano, filho de Elis Regina, uma das grandes companheiras de palco de Jair Rodrigues. Grandes sucessos interpretados por Rodrigues nos mais de 55 anos de carreira, como “Disparada”, “Tristeza”, “A majestade, o sabiá” e “Deixa isso pra lá” estão na apresentação de sábado. Canções dos repertórios de Jairzinho e Luciana também serão mostradas.
Nesta entrevista a ÉPOCA SÃO PAULO, Jairzinho conta que, entre as músicas que cantará, está "O Sorriso", que escreveu no dia seguinte à morte do pai. Ele fala ainda da alegria que Jair Rodrigues tinha na voz, as influências que ele deixou no meio musical e na vida da família e como será cantar no primeiro Dia dos Pais sem ele.

ÉPOCA SP - Como surgiu a ideia de fazer um show em homenagem ao seu pai?
Jairzinho -
Eu e minha irmã já vínhamos fazendo shows juntos no projeto “O Samba me cantou”. Com o falecimento do nosso pai, acabamos cumprindo uma agenda que já era dele. Não fazemos apenas um show em homenagem a ele. Todos são. Fazíamos muitos shows da família Rodrigues, e cada um mostrava neles um pouco do seu trabalho. É claro que agora tem uma diferença gritante: a ausência física do nosso pai. E, apesar da tristeza da partida, tentamos fazer do jeito que ele sempre gostou, com muito samba, alegria e diversão.
ÉPOCA SP - O que você e a Luciana estão preparando para esse tributo?
Jairzinho -
Esse show reúne músicas da minha carreira, da minha irmã e canções marcantes do Jair Rodrigues. Do meu repertório, acabo fazendo o “Tiro onda”, “Bom dia, Anjo” e “O Maior Espetáculo da Terra”. Minha irmã canta “Simples desejo”, “Assim que se faz”, entre outras. Além disso, vou tocar uma canção que fiz no dia seguinte ao falecimento do meu pai. Ela se chama “O Sorriso” e eu fiz em homenagem a ele.
ÉPOCA SP - Em 2009, você e a Luciana fizeram um show no Auditório Ibirapuera que virou o DVD O samba me cantou. Nesta nova parceria nos palcos, vocês pretendem lançar um CD ou DVD?
Jairzinho -
Por ser muito recente, ainda não pensamos nessa possibilidade. Provavelmente, façamos alguma coisa no futuro, mas não sei quando. Tudo tem seu tempo. A minha irmã já estava com um projeto de um disco novo e eu fazendo outras coisas, como o projeto com as minhas filhas chamado “Grandes Pequeninos”. Então, tentar encaixar agora uma homenagem seria complicado devido a nossas agendas. Mas é claro que a extensa carreira do meu pai - são mais de 55 anos com vários sucessos - vai se manter acesa por meio dos nossos esforços. O fato de um dia a gente fazer um DVD com as coisas dele será só mais um detalhe porque estamos sempre lembrando dele nos nossos projetos.
ÉPOCA SP - O show no HSBC é na véspera do Dia dos Pais. Qual o significado desse show para vocês?
Jairzinho -
 Tentamos lidar da maneira mais natural possível. Claro que sentimos muita falta do nosso pai, até por ser o primeiro Dia dos Pais sem ele. Mas acabamos sentindo-o sempre presente de alguma forma, seja na música, no sorriso e nos ensinamentos. Nós sempre tivemos uma relação familiar muito próxima. Nós comemoraremos essa data especial com muita alegria e para todos os pais que estarão presentes lá nos shows, tentando levar a energia de Jair Rodrigues para eles.
ÉPOCA SP - Para você, qual a importância de Jair Rodrigues para a música brasileira?
Jairzinho -
Para todo artista, o objetivo maior é deixar um legado, um trabalho que seja lembrado por várias gerações. E isso meu pai acabou fazendo de forma primorosa. Sempre foi um intérprete muito forte e talentoso. É de uma geração que praticamente definiu a forma que a música brasileira é hoje. Ele faz parte desse grupo de pessoas que marcou não só a música, mas um momento da história brasileira. Ele conseguiu isso por meio da sua voz e da sua alegria. A coisa mais marcante na música dele é o fato de ter sido um intérprete que cantou de tudo. Ele passeava por vários estilos. Ele era muito marcado pelo samba, mas também teve vários sucessos na música regional, sertaneja, e na roda de viola. Assim, ele escreveu um nome bem grande na história da música brasileira e ficou marcado no coração de muita gente. 
ÉPOCA SP - Entre tantas músicas produzidas e cantadas por seu pai, qual mais marcou para você?
Jairzinho -
São várias... acabo escolhendo uma que talvez seja a mais emblemática da carreira dele. Não foi o primeiro sucesso nacional, mas “Disparada” marcou não só a carreira dele, mas a vida dele e da família. Acabou colocando-o entre os grandes nomes da música brasileira, além de ser uma canção muito intensa e bonita. É impressionante. Já ouvi essa música cantada por várias pessoas, mas nenhuma consegue superar a energia que ele colocava. Toda vez que ele tocava essa música, era muita emoção. E, por isso, essa é uma das músicas mais difíceis de reproduzir nos shows, por conta da emoção. Nós costumamos dizer que, quando a cantamos, parece que ele entra no palco.
ÉPOCA - A sua escolha de seguir a carreira musical teve influência direta de Jair Rodrigues?
Jairzinho -
Cresci nesse ambiente musical que ele me proporcionou. Acompanhava ensaios, gravações e shows. Acabei construindo minha carreira desde muito cedo. Neste ano, fiz 33 anos de carreira. Essa influência não foi algo forçado. Foi algo muito natural, por meio da música e das referências que ele colocou na nossa vida. Eu levo essa musicalidade e essa influência para os meus shows. Apesar do meu pai ter passado pela ditadura e ter sido dessa geração que enfrentou uma série de problemas políticos e sociais, sempre teve uma preocupação maior de levar a alegria por meio da música, independentemente da dureza da situação. E eu acabo pensando muito nisso quando eu estou fazendo os meus shows e minhas canções.

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